Nascido
em Dakota do Sul, em 31 de janeiro de 1939, Brudos era o caçula de 4
(quatro) filhos. Como sua mãe desejava uma menina, passou a vestir e
calçar Brudos com vestidos e sapatos de mulher, ao mesmo tempo em
que o depreciava, espancava e maltratava.
Mudou-se para a
Califórnia com toda a sua família e cresceu com uma raiva profunda
e permanente contra sua dominadora mãe e um estranho e precoce
fetiche por sapatos de mulheres.
Ao descobrir um par de
sapatos de saltos altos em um aterro local, ele os trouxe para casa,
onde foram confiscados e queimados por sua mãe. Quando entrou para a
escola, Brudos roubava sapatos de sua irmã; aos 16 anos, então
vivendo no Oregon, ele diversificou com arrombamento, retirando
sapatos de casas vizinhas, algumas vezes pegando roupas íntimas
femininas dos varais.
Em 1956, aos 17 anos, Brudos bateu em
uma garota que resistiu aos seus grosseiros avanços em um encontro,
acabando em um tribunal juvenil, ordenado a visitar o hospital
estadual em Salem como um paciente externo, enquanto continuava sua
educação de segundo grau. Fora diagnosticado com esquizofrenia.
Formou-se e virou técnico em eletrônica.
Entrando para o
Exército em março de 1959, foi incomodado por sonhos de uma mulher
rastejando para sua cama à noite. Uma conversa com o psiquiatra do
Exército o levou à dispensa em 15 de outubro de 1959, indo para
casa viver com seus pais em Salém, mudando-se para o depósito de
ferramentas.
Sem o conhecimento de sua família, Brudos tinha
começado a importunar as mulheres locais, espreitando-as até ter
uma chance de bater nelas e sufocá-las levando-as à inconsciência,
saindo com seus sapatos.
Ainda virgem em 1961, encontro
sua futura esposa e rapidamente engravidou-a, indo para o altar por
um senso de obrigação. Em 1967, estabelecido no subúrbio de Aloha,
Portland, Brudos começou a reclamar de enxaqueca e "de perder a
consciência", aliviando seus sintomas com incursões noturnas à
espreita para roubar sapatos e roupas íntimas rendadas. Em uma
ocasião, uma mulher acordou e deparou-se com ele mexendo em seu
armário. Brudos deixou-a inconsciente, estuprando-a antes de
sair.
Em 26 de janeiro de 1968, Linda Slawson, 19 anos, estava
vendendo enciclopédias de porta em porta quando bateu à porta de
Jerry Brudos. Surrada com cacetete e estrangulada até a morte em seu
porão, ela tornou-se a primeira das cinco vítimas conhecidas
assassinadas por Brudos no Oregon.
A segunda, Stephanie Vikko,
de 16 anos, desapareceu de Portland em julho. Uma terceira, a
estudante Jan Whitney, 23 anos, desapareceu em 26 de novembro no
trecho a duas horas de distância, entre Eugene e McMinnville, e seu
carro foi abandonado ao norte de Albany, Oregon.
Residência e garagem de Brudos
Assim, as
autoridades estavam trabalhando em uma linha de desaparecimentos, sem
nenhuma prova concreta de homicídio. Isso mudou em 18 de março de
1969, com a descoberta dos corpos de Stephanie Vikko em uma área de
floresta ao norte de Forest Grove. Nove dias depois, Karen Sprinker,
19 anos, desapareceu de um estacionamento em Salem, deixando seu
carro. Duas testemunhas relataram ter visto no mesmo dia um homem
grande, vestido com roupa de mulher, andando no
estacionamento.
Enquanto a polícia esteve procurando pelo
suspeito, Brudos enfrentou uma crise menor em sua própria casa,
pois, ao limpá-la, sua esposa descobriu fotografias de Jerry vestido
como drag e encontrou também um peito de "plástico",
descrito por Brudos como "peso de papéis" (de fato, era um
troféu de caça, tratado com conservantes). Ela não viu as outras
fotografias que mostravam Brudos com suas vítimas, posando com seus
corpos vestindo-as com roupas íntimas com babados, como bonecas em
tamanho natural, mas a suspeita obscura começou a envenenar seu
espírito de qualquer forma.
Vítimas
Em 23 de abril de 1969, Brudos
fez sua vítima final, capturando Linda Salee, 22 anos, em um
Shopping de Portland. Seu corpo foi afundado preso a um
auto-transmissor, sendo retirado do rio Long Tom em 10 de maio. Dois
dias depois, 15 metros rio abaixo, uma equipe de mergulhadores
descobriu a vítima Karen Sprinker, presa a um bloco de motor como
peso. O segundo corpo vestia um sutiã muitos números maior, cheio
de papel-toalha para esconder que seus seios haviam sido
amputados.
Entrevistas com colegas de escola revelaram
diversas histórias de um auto-descrito "veterano do Vietnã"
idoso que frequentemente abordava garotas no campus, pedindo
encontros. A polícia demarcou a cena de um desses rendez-vous em
Corvallis, em 25 de maio, inquirindo Jerry Brudos intensamente antes
de deixá-lo ir.
Corpo encontrado |
Preso sob acusação de armas
escondidas cinco dias depois, Brudos sucumbiu e confessou
assassinatos em detalhes, orientando as autoridades para a evidência
que comprovaria o seu caso.
Em 27 de junho de 1969,
Brudos admitiu a culpa nos assassinatos de Linda Slawson, Jan
Whitney, Linda Salee e Karen Sprinker e foi sentenciado à prisão
perpétua.
Sua popularidade com os companheiros de cela é
registrada em uma lista de "acidentes" na prisão,
incluindo um que o deixou com o pescoço fraturado em 1971.
Faleceu
na prisão, em 28 de março de 2006, com câncer no fígado.
Jerry
Brudos colecionava troféus de suas vítimas, além de fotos que
tirava com as mesmas depois de mortas e vestidas da maneira como ele
apreciava. Eram pesos de papel feitos com seios que amputava das
mulheres; o pé esquerdo de Linda Slawson, a primeira vítima, que
ele usava em alguns sapatos de sua coleção. Em algumas situações,
Brudos obrigava sua esposa a executar as prendas domésticas nua,
usando apenas salto alto.
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