domingo, 31 de agosto de 2014

PAUL DURANT - Paladares Excêntricos



Paul Durant, britânico, com 47 anos, declarou-se culpado da acusação de ter matado, esquartejado e comido pedaços do corpo de sua namorada, em janeiro de 2004, a um tribunal da Espanha. A britânica Karen Durell, com 41 anos, tinha acabado de se mudar para o balneário espanhol de Calpe, na costa mediterrânea espanhola. Karen era divorciada e tinha 2 filhos. Desapareceu pouco depois de ter conhecido Durant.

Na época, ele estava foragido, sendo procurado na Grã-Bretanha por tentativa de roubo à mão armada. Buscas em seu apartamento revelaram sangue em uma banheira, facas manchadas e sangue e um serrote... o corpo jamais foi encontrado.

Karen

Em uma carta enviada a um jornal, na época do crime, Durant escreveu: “Depois que a matei, eu a cortei em pequenos pedaços e comi tudo oque achei que seria comestível... finalmente, joguei fora o resto em sacos de lixo”. Ele confessou que chegou a conversar com a namorada sobre seu desejo de comer carne humana: “Eu disse a ela que tinha vindo para a Espanha para matar e comer pedófilos.... meu estado mental estava bem perturbado nessa época e acreditava que ela era um presente de Deus para mim e acho que ela sabia que tinha que morrer”.

No dia de seu julgamento, manteve a versão de que tinha matado Karen com um martelo mas negou ter cometido canibalismo, informando não saber o que aconteceu com o corpo. Foi condenado à 12 anos de prisão, apesar de a acusação ter desejado 18 anos.

A família de Karen exige ainda uma indenização de 600 mil euros (cerca de R$ 1,5 milhão).

Fonte: R7 – Terra – G1


CHRISTOPHER PITTMAN



Nascido em 09 de abril de 1989 em Huntsville, Alabama, Christopher foi condenado em 2005 pelo assassinato de seus avós quando tinha 12 anos, em 28 de novembro de 2001.

Pouco antes do ocorrido, quando ainda morava com os pais em Oxford, na Flórida, o menino fora medicado com Paxil por apresentar sintomas de depressão leve, problema que se agravou por ter presenciado o suicídio de sua irmã. Depois deste incidente, seu pai o mandou para a casa dos avós em Chester, na Carolina do Sul, o visitando frequentemente. Durante anos, seus avós foram seu porto seguro, pois o menino sofria abusos do pai e era espancado frequentemente pela mãe.



Em Chester não havia o medicamento Paxil, portanto, o médico lhe forneceu amostras de Zoloft, um medicamento que possui modo de ação semelhante ao Paxil, porém, a substituição abrupta de um pelo outro não é recomendável. Em pouco tempo, o menino começou a sentir efeitos colaterais negativos com a nova medicação: sentia uma queimação por todo o corpo, o que fazia com que necessitasse de medicação para dor.

Ao se queixar para o médico sobre os efeitos que sentia, em vez de suspender a medicação, recomendou o aumento da dosagem de 100mg para 200mg por dia (!!!) Christopher, em uma discussão no ônibus escolar, sufocou um colega e, em um culto na igreja, se irritou com uma pessoa que tocava um piano.



Nesta mesma noite, depois de ganhar um remo de seu avô, Christopher foi ao quarto de seus avós e os matou com a própria arma que seu avô o ensinou a usar... depois, ateou fogo à casa. O menino pegou o carro dos avós, as armas, o cachorro e 33 dólares, porém, foi preso à dois municípios de distância... antes de confessar, contou uma história de um homem negro que o tinha sequestrado após assassinar seus avós e colocado fogo em sua casa.

Ao confessar, disse que seus avós tiveram o que mereciam e, posteriormente, alegou estar sob efeito do Zoloft, que lhe causava alucinações, ouvia vozes que diziam para que matasse seus avós, o que parecia como um sonho ou um programa de TV em que ele estava assistindo e não conseguia parar.



O Zoloft tem vários efeitos colaterais, incluindo depressão grave, amnésia, paranoia, alucinações, comportamento agressivo e delírios... uma overdose deste medicamento potencializa esses efeitos.

Em 2005, no dia 31 de janeiro, três anos após o crime, Christopher foi julgado como adulto. Considerado culpado, foi condenado a 30 anos de prisão. No dia 5 de outubro de 2006, o Supremo Tribunal Federal da Carolina do Sul ouviu os argumentos orais do recurso, juntamente com uma petição de perdão escrita por Christopher... sua condenação foi confirmada por 4 votos a 1, no dia 11 de junho de 2007.

Christopher permanece preso e recebe visitas esporádicas de alguns parentes que residem na Flórida... em 14 de abril de 2008, a Suprema Corte recusou um novo apelo para reduzir sua pena de 30 anos.

A grande repercussão deste caso se deu pela pouca idade do assassino (12 anos) e pela possibilidade de o uso do medicamento Zoloft tê-lo feito agir desta forma.

Fonte: Murderpedia.org
           CNN.com


domingo, 24 de agosto de 2014

ALEXANDER PISCHUSKIN, o “Maníaco do Parque Bitsa” ou “Assassino do Tabuleiro de Xadrez”



Nascido na Rússia, em 9 de abril de 1974, Alexander é um assassino em série que atuou entre 1992 e 2006. Acredita-se que tenha feito cerca de 49 vítimas... ou mais.

Iniciou sua “carreira” em 1992 e, alguns veículos de comunicação conjecturavam que ele foi motivado por uma competição macabra com outro assassino russo, Andrei Chikatilo, condenado em 1992 por ter assassinado 52 crianças e jovens por aproximadamente 12 anos.

Para Alexander, “a vida sem matar, para mim, é como uma vida sem comida para você”... disse ter como objetivo matar 64 pessoas por corresponder ao número de quadrados em um tabuleiro de xadrez, no entanto, depois desmentiu esta afirmação dizendo que teria matado sem parar se não tivesse sido preso.



Suas vítimas eram idosos sem teto, para os quais oferecia vodka... em regra, eram seus conhecidos, alguns gostavam de jogar xadrez com ele no parque. Após embebedá-los, os matava com golpes de martelo na cabeça. Não havia estupro, mas Alexander se satisfazia ao enfiar os gargalos das garrafas de vodka nos buracos feitos no crânio das vítimas com os golpes de martelo, para garantir que não sobrevivessem. Também fez algumas vítimas de menos idade – homens, mulheres e crianças... sempre os atacava por trás para evitar que suas roupas se sujassem de sangue.

Dizia que se sentia um “Deus” ao decidir se suas vítimas viviam ou morriam, e também que se sentia um “pai” ao abrir as portas de um outro mundo para estas... disse a um dos promotores que gostou “do som ao partir um crânio”. Os peritos do Instituto Serbsky, principal clínica psiquiátrica da Rússia, chegaram à conclusão de que Alexander é irrecuperável.

Alexander foi preso em 14 (ou 15) de junho de 2006, levou os policiais para as cenas de muitos dos seus crimes no Parque Bitsa, demonstrando como executou seus crimes com riqueza de detalhes. Lamentou não ter matado todas as suas vítimas por seu método preferido (golpes de martelo atrás da cabeça), pois, algumas foram jogadas nos esgotos do parque – uma das vítimas sobreviveu ao ataque. Algumas vítimas foram estranguladas, muitas nunca foram encontradas e outras, enterradas no próprio parque.



Marina Moskalyova, de 36 anos, foi a última vítima de Alexander... com seu corpo foi encontrado um bilhete de metrô, o que tornou possível aos agentes verem as fitas de vigilância do sistema metroviário e identificaram Alexander na companhia de Marina na plataforma.

Ao ser preso, se gabou de ter matado oito vítimas a mais que Andrei Chikatilo (contabilizou 62 vítimas), porém, a polícia só conseguiu vinculá-lo a 49, negando-lhe a fama que desejava.

Em março de 2008, Alexander concedeu uma entrevista exclusiva a um tabloide russo – Tvoi Den. Leia alguns trechos:

Sobre a vida humana: “A vida humana não é muito longa. É mais barata do que uma salsicha. Quanto ao meu advogado, eu gostaria de abri-lo como um peixe. Eu o teria matado como um inseto e teria um imenso prazer em ser processado por isso. Eu iria cortá-lo e fazer cintos com sua carne”.

Sobre religião e política: “fui batizado aos 3 meses de idade. Eu não queria isso. Bem, eu não acho que alguém... está lá. Também posso dizer que não vou nem ler a bíblia ou escrever uma autobiografia. Eu nunca orei para Deus... este é um belo conto de fadas, para os fracos, para aqueles que sacrificam para o Estado”.

Sonhos: “tenho pesadelos... um cão. Ele viveu comigo por um longo tempo (Alexander, após embebedar suas vítimas as convidava para chorar com ele no túmulo deste cão, no Parque Bitsevsky, antes de esmagar a cabeça delas com o martelo). Ele (o cão) morreu e a culpa foi minha... cuidei dele mas não foi o suficiente. Ele poderia ter sido salvo... ele deixou algo no meu subconsciente”.

Literatura: “é claro que eu não escrevo. Só meninas escrevem. Jornalistas também, eu acho”.

Amizade: “primeiro de tudo, o que é um amigo? Este não é alguém que lhe dá cem rublos ou permite que você fique por uma noite... e, em segundo lugar, meus princípios: para a sepultura, e é isso aí. Tive muito mais prazer em matar as pessoas que eu conhecia pessoalmente. Mas também encontrei um modo de atrair estranhos, o que não é fácil. Seus pais disseram para nunca irem a algum lugar com um estranho, o que para mim é besteira, apesar da diferença de idade”.

Arrependimento: “não, eu não me arrependo. Tanta força e tempo gastos. Arrependimento é novamente uma formalidade maçante. Desde que eu era jovem eu sonhava... tudo era diferente naquela época... e tudo saiu do jeito que eu queria. Vi um programa de TV sobre mim... Denis, meu colega, disse: 'quando soube que ele tinha cometido esses crimes foi um choque'. Outros disseram que eu era um caso raro – matando apenas por matar. Não há motivação: nem raça, nem sexo, nem religião”.

Turismo: “eu gostaria de viver no México... primeiro porque lá é quente e, em segundo lugar, há florestas. Talvez eu vivesse de uma maneira diferente se estivesse lá...” Então, o repórter do Tvoi Den disse à Alexander que no México não tem florestas e ele respondeu: “você quer dize que não há selvas? Como Freddy Krueger disse: 'Elm Street existe em cada cidade'”.

Ao ser condenado em outubro de 2007 por 49 assassinatos e 3 tentativas de assassinato, Alexander pediu ao tribunal para adicionar mais 11 vítimas de sua contagem de corpos, elevando o número de assassinatos para 60. Foi negado. Alojado em uma gaiola de vidro, Alexander ouviu a sentença proferida pelo juiz – o que levou cerca de 1 hora: passará o resto de sua vida na prisão, sendo os primeiros 15 anos na solitária. A pena de morte foi abolida na Rússia por uma moratória em 1996.

Video 1


Video 2


Video 3


Video 4


Video 5


Fonte: Murderpedia
           The Exile, by Yasha Levine
           Inthenews.co.uk 

CODY POSEY - Anjos Assassinos




Cody nasceu no Novo México, em 9 de outubro de 1989... aos 3 anos de idade, seus pais se separaram, o que causou uma disputa por sua custódia por oito longos anos. Novamente casado, o pai de Cody cedeu a guarda para a ex-esposa, o que durou poucos meses: sua mãe faleceu em um acidente de carro e Cody foi devolvido a seu pai. Além da madrasta, Cody ganhou uma meia-irmã, um ano mais nova que ele.

Viviam em uma fazenda de propriedade de um repórter chamado Sam Donaldson, em Chávez Canyon, Novo México: Cody, sua meia-irmã, Marilea, seu pai, Paul, e a madrasta, Tryone.



Em uma segunda-feira, 04 de julho de 2004, Cody, 14 anos de idade, explodiu após anos de abusos... seu pai lhe deu um tapa no rosto por ele não ter limpado rapidamente as baias dos cavalos. Segundo a defesa, Cody ainda foi queimado com um ferro de solda e obrigado a manter relações sexuais com a madrasta, porém, se recusou e fugiu da propriedade, mas retornou posteriormente.

No dia seguinte, pegou uma arma, entrou na sala onde a madrasta lia um livro e atirou duas vezes em sua cabeça... ao ouvir os tiros, seu pai, Paul, correu para dentro da casa e Cody atirou nele. Em seguida, apontou a arma para Marilea, que estava atrás de Paul, e atirou na cabeça dela; arrastou os corpos para fora da casa e usou uma retroescavadeira para remover os corpos, tentando enterrá-los em uma cova rasa com um monte de esterco. Depois, trocou de roupa, dirigiu a caminhonete de seu pai até uma loja onde consumiu uma lata de Sprite e, depois, foi para a casa de um amigo, onde foi preso.

No outro dia, Sam Donaldson não conseguia contactar Paul Posey por telefone e, então, foi até a casa, percebendo que havia algo estranho... viu sangue coagulado próximo à geladeira – local onde Paul estava ao ser alvejado – e ligou imediatamente para um amigo policial que se dispôs a investigar o caso... somente após a confissão de Cody que os corpos foram descobertos no monte de esterco. Cody jogou a arma do crime no rio.


JULGAMENTO

Iniciado em 16 de janeiro de 2006, foram encontrados registros feitos pela mãe biológica de Cody acerca de abusos cometidos por Paul, seu pai, como espancar Cody com uma placa de metal por este ter tirado notas ruins... nunca houve qualquer sugestão pela inocência de Cody, mas sim que os assassinatos ocorreram como resultado de vários anos de abusos. Ademais, foram encontrados no computador de Paul, pai de Cody, evidências de pornografia incestuosa... seu computador era o único da casa que possuía internet e, nos momentos em que os sites foram visitados, Cody e Marilea estavam na escola.

A promotoria considera a argumentação de abuso infantil exagerada e retratam Cody como um assassino frio, desejoso de se livrar de sua família porque o obrigavam a fazer tarefas em casa e a ter um bom desempenho na escola...

No dia 23 de fevereiro de 2006, Cody foi considerado culpado em três acusações por assassinato e enviado a uma instituição juvenil até atingir os 21 anos de idade... ganhou a liberdade em 10 de outubro de 2010.

Fonte: Murderpedia.org e Court TV


sábado, 16 de agosto de 2014

O CARNICEIRO LOUCO DE KINGSBURY ou O ASSASSINO DO TRONCO DE CLEVELAND


Inicialmente, recomendo a visita ao link a seguir, para o blog do Aprendiz Verde, que traz, além de maiores detalhes, fotos das vítimas encontradas, investigação realizada na época, entre outros encontrados em arquivo da polícia de Cleveland... vale a pena!



Cleveland é a segunda maior cidade de Ohio e faz parte do Condado de Cuyahoga... Kingsbury Run é a área pobre que corta todo o lado leste de Cleveland. Trata-se de uma pequena cidade de nômades dentro da grande Cleveland, invadida pela onda de depressão que assolou o país na década de 1930 – decorrente da Crise de 1929 – e, naquela época, o cenário não era nada agradável.

Na manhã de 23 de setembro de 1935, dois adolescentes caminhavam rindo bastante por Kingsbury Run quando tropeçaram nas proximidades de um barranco íngreme conhecido como Jackass Hill... um deles avistou algo para fora do mato e, ao se aproximar caiu de joelhos com o que vira, enquanto seu amigo deu um grito de desespero: encontraram um corpo sem cabeça.

Ao chegarem na cena do crime, detetives encontraram DUAS cabeças, limpas e com o sangue drenado, conforme o relatório a seguir:
Os corpos de dois homens brancos, ambos decapitados, deitados no mato; ambos (…) estavam nus, exceto um deles que tinha meias. Após uma extensa busca, as cabeças dos dois homens foram encontradas enterradas em locais separados, uma a cerca de 20m de um dos corpos e a outra cabeça estava enterrada a 75m de distância do outro corpo. Ambos os homens tiveram seus pênis removidos, que foram achados perto de uma das cabeças. Nós também encontramos um velho casaco azul, um boné claro e mancha de sangue em um terno. Perto havia um balde de metal contendo uma pequena quantidade de óleo e uma tocha.
Era evidente que óleo, ácido ou algum produto químico foi derramado sobre um dos corpos, já que um deles estava com o tecido queimado; é também evidente que ambos os corpos haviam permanecido lá vários dias até começarem a se decompor”.

A idade estimadas de uma das vítimas estava entre 40 e 45 anos, tinham 74kg e 1,70m, cabelos castanho-escuros. Segundo o legista, a pele e os músculos, no corte exato da decapitação, estavam retraídos, o que significava que a vítima foi decapitada VIVA com um instrumento bastante afiado. Pela decomposição avançada, não foi possível recolher impressões digitais.

A outra vítima era um homem, com aproximadamente 20 anos, olhos azuis, cabelos castanhos e pele clara, 1,55m de altura e cerca de 67kg. Nu, exceto por suas meias de algodão pretas, segundo o legista, comera uma refeição de legumes pouco antes de morrer. Sua causa mortis também fora a decapitação, com queimaduras feitas por uma corda em cada um dos pulsos, castrado e decapitado ainda consciente, com as mãos amarradas para trás. Mais tarde, foi identificado como Edward Andrew Andrassy, 28 anos, identificado por suas impressões digitais. Já tinha sido preso várias vezes por bebedeiras, confusões e porte ilegal de armas; conhecido por frequentar Kingsbury e não trabalhar.

Edward deixou sua casa no dia 19 de setembro de 1935, sem dizer para a família onde ia... segundo o legista, foi morto no dia 20, uma sexta-feira à noite, sendo seu corpo encontrado na tarde da segunda-feira.

Às 11h25m do dia 26 de janeiro de 1936, a Delegacia de Homicídios de Cleveland recebeu um telefonema onde “uma mulher de cor (termo usado para designar pessoas negras) com nome desconhecido informou a Charles Paige que havia um corpo de uma pessoa assassinada em um prédio na East 21 Place. Charles Paige afirmou que ele encontrou várias partes de um corpo humano”.

Partes de um corpo foram encontrados em uma cesta e outras foram embrulhadas em sacos de aniagem, com um terno de algodão envolto em jornais, atrás de uma fábrica da Companhia Hart: tratava-se da parte inferior do tronco de uma mulher com as extremidades das coxas e, pelas impressões digitais que foram possíveis recolher, descobriram a identidade da vítima: Florence Saudy Polillo, 42 anos.

De acordo com o legista, Florence foi morta entre dois a quatro dias, seu desmembramento foi feito comum instrumento cortante, bastante afiado e, como nas primeiras vítimas, as bordas da pele foram limpas e cortadas por alguém que tinha habilidade de especialista para cortar a carne.

Florence era uma mulher irlandesa que se relacionava com a chamada “parte suja” da sociedade: donos de bordéis, prostitutas, contrabandistas, drogados e alcoólatras. Querida por todos estes, nenhum tinha ideia do que poderia ter acontecido.

No dia 7 de fevereiro de 1936, o resto do corpo de Flo, exceto a cabeça, foi encontrado atrás de uma casa vazia, espalhado contra uma cerca. Preservado pelo frio, os legistas puderam afirmar que, assim como os outros, Flo foi decapitada VIVA...

No dia 5 de junho de 1936, dois garotos foram pescar e pegaram um atalho por Kingsbury Run... avistaram um pacote e um par de calças enroladas debaixo de um arbusto. Ao cutucarem o pacote, uma cabeça saiu rolando e, aterrorizados, chamaram a polícia. Na manhã seguinte, encontraram um cadáver nu, sem cabeça, quase em frente a um posto policial de Nickel Plate.

A vítima era um homem alto, esguio, com aproximadamente 20 anos e cerca de seis tatuagens no corpo: um cupido sobreposto a uma âncora, uma pomba com a palavras “Helen-Paul”, uma borboleta, um personagem de desenho animado, “Jiggs”; uma seta atravessando um coração e mastro de bandeira e as iniciais W.C.G. Uma pilha de roupas manchadas de sangue foi achada perto do corpo; a cueca tinha uma marca de lavanderia indicando as iniciais do proprietário, “J.D.”. Conhecido como o “Homem Tatuado”.

Um ano antes desses corpos aparecerem, a metade inferior de um tronco de uma mulher surgiu no Lago Erie, próximo ao Parque de Diversões de Euclid, com as pernas amputadas na altura dos joelhos. Na época, a perícia concluiu que o corpo estava na água a cerca de 3 ou 4 meses; a coloração da pele sugeria que o corpo fora queimado ou tratado com um produto químico. Duas semanas antes desse “achado”, a parte superior do tronco fora encontrado, mas quem o achou pensou que não fosse humano... o resto nunca foi encontrado. Ficou conhecida como “A Dama do Lago”.

No dia 22 de julho de 1936, uma nova chamada: um cadáver decapitado de um homem branco foi encontrado, próximo a área de Big Creek, no sudoeste de Cleveland. O relatório de um detetive narrava o seguinte: “(...) foi deitado de bruços; a cabeça estava parcialmente embrulhada em sua roupa cerca de 4,5m ao norte do corpo. Parecia que o corpo tinha sido deitado nesse ponto há pelo menos 2 meses e estava em avançado estado de decomposição. O corpo estava em um avançado estado de decomposição, com a pele e acarne desnudadas em grandes áreas. Roedores, larvas e o próprio processo de decomposição removeram as porções das vísceras internas. A cabeça foi separada do corpo na junção da segunda e terceira vértebras cervicais, as extremidades dos ossos não mostram nenhuma evidência de fratura”.

Esta vítima era um homem, baixo, cerca de 40 anos, morto entre 2 ou 3 meses, o que indicava que sua morte ocorrera ANTES do “Homem Tatuado”. Parecia estar se especializando na decapitação das pessoas.

10 de setembro de 1936, mais um corpo foi encontrado: duas metades de um tronco humano boiava em uma poça de água oleosa e negra. Pequenos pedaços de carne foram encontrados em uma borda do riacho, bem como a coxa direita. Em uma mata próxima, foi encontrado um chapéu de feltro cinza, da loja Laudy Smart Shop, de Ohio, com manchas que pareciam ser sangue na parte superior. Uma camisa azul foi encontrada embrulhada em um jornal onde o corpo foi jogado, coberta de sangue.

Dia 23 de fevereiro de 1937, mais um corpo, quer dizer, PARTES de um corpo, foram encontrados na praia na Rua 156, próximo onde foram encontradas partes do corpo da “Dama do Lago”, há três anos. A vítima também foi decapitada, braços amputados e tronco dividido. A mulher foi morta entre 2 a 4 dias atrás e não passou mais do que 3 dias na água; tinha entre 25 e 35 anos, 50 kg, pele clara... nunca foi identificada.

Suas pernas foram removidas com golpes limpos de um instrumento afiado, bem como os braços, porém, a mutilação do tronco não. Neste caso, a decapitação parece ter ocorrido post-mortem. O assassino inseriu o bolso de uma calça no reto da vítima.

Em 6 de junho de 1937, um jovem descobriu parte do esqueleto de uma mulher que parecia estar morta a cerca de 1 ano, deitado sobre um saco de aniagem, junto com papel de jornal do ano de 1936, sob a Ponte Lorain-Carnegie. Era uma mulher com cerca de 1,5m de altura, ossos pequenos e delicados. A polícia recebeu uma carta que identificava a vítima como Rose Wallace, uma prostituta desaparecida em agosto de 1836.

Seis de julho de 1937: nova vítima, um homem, aliás, parte superior do seu tronco e suas duas coxas foram encontradas flutuando no rio Cuyahoga... na semana seguinte, as demais partes surgiram, exceto a cabeça. Também nunca identificado, tinha 1,72m, 67 kg, unhas limpas e cortadas, cerca de 42 anos, provavelmente morto há 2 dias. A decapitação foi a causa da morte, mas dessa vez o assassino retirou todos os órgãos abdominais, inclusive coração...

A esta altura, já noticiavam que o assassino poderia ser um médico e, pelo perfil traçado, um nome se encaixava perfeitamente: Dr. Frank Sweeney.

Cresceu na área de Kingsbury Run, onde teve um consultório. Com sérios problemas com álcool, sua mulher pediu a separação e levou os filhos, além de ter perdido sua residência cirúrgica no Hospital St. Alexis, próximo a Kingsbury. Havia rumores de que era bissexual e possuía um temperamento violento quando bebia. Foi descartado como suspeito por atender fora da cidade, em um hospital de veteranos em Sandusky, Ohio.

Em março de 1938, em Sandusky, um cachorro achou a perna mutilada de um homem... um especialista forense lembrou das suspeitas quanto ao Dr. Sweeney e começou a investigar. Descobriu que este médico voluntariamente se internou várias vezes em um hospital para tratar o alcoolismo, internações que intercalavam perfeitamente com os assassinatos do “Açougueiro Louco de Cleveland”.

Descobriu ainda que o hospital de veteranos onde Sweeney trabalhava compartilhava instalações com a Penitenciária de Honor Farm, de Ohio, e que o médico tinha uma estreita relação com um presidiário chamado Alex Archaki, que tinha certeza de que o “Açougueiro” era o Dr. Sweeney pela forma como ele o abordou em um bar 2 anos antes. Perguntava se ele tinha algum parente na cidade, se era casado...

Toda vez que o Dr. Sweeney desaparecia do hospital de veteranos, um corpo decapitado aparecia... como era primo de um congressista, as investigações teriam que ser discretas.

Em 08 de abril de 1938, a perna quebrada de uma mulher foi encontrada no rio Cuyahoga... o legista afirmou que a perna tinha sido removida há poucos dias. Um mês depois, encontraram dois sacos de aniagem contendo o corpo nu de uma mulher com o tronco dividido ao meio, coxas e pés na margem do rio... cabeça e braços nunca foram encontrados.

Agosto de 1938... um corpo desmembrado de mulher, envolta em panos, papel pardo e papelão foi encontrado em um depósito no final da Rua East Ninth, por homens que despejavam sucatas no depósito. Desta vez, estavam a cabeça e as mãos... a mulher tinha entre 30 e 40 anos, 1,62m e aproximadamente 55kg. Vísceras decompostas, a pele das costas parecia preservada; foi desmembrada por uma grande faca afiada e, provavelmente, morta antes da vítima anteriormente encontrada.

Outros restos mortais foram encontrados... um homem branco, entre 30 e 40 anos, 1,67 e 1,72m, pesando entre 61kg e 68kg, cabelo longo, grosso e castanho-escuro, também desmembrado por uma faca grande e afiada.

A partir daí, iniciaram um “pente fino” em Kingsbury Run, com prisão de moradores que não entendiam o que estava acontecendo... muitos foram enviados a reformatórios e uma ordem drástica foi dada: incendiaram o local na tentativa de dar um fim à série de decapitações. Essa ação foi muito criticada pela imprensa da época.

Em 23 de agosto de 1938, resolveram interrogar Dr. Sweeney, que apareceu elegantemente vestido e, durante o interrogatório, “brincava” com os investigadores. Fazia piadas e não respondia claramente aos questionamentos. Depois, foi submetido ao polígrafo. Os policiais tinham certeza de se tratar do assassino. Quando confrontado com essa possibilidade, Dr. Sweeney retrucou: “Então prove!”.

Depois disso, a única coisa que se sabe é que Frank se internou por vontade própria no hospital de veteranos dois dias após o interrogatório e vagou por hospitais pelos 30 anos seguintes. Nunca foi um prisioneiro e podia sair voluntariamente por dias e até meses. Enviava uma série de cartões postais estranhos e incompreensíveis para a polícia.

Curiosamente também cessaram os assassinatos com assinatura de “Açougueiro Louco” na mesma época. Com o passar do tempo, o congressista junto com o xerife e um detetive particular arquitetaram um plano para incriminar Frank Dolezal, um alcoólatra conhecido na área, na tentativa de “limpar” o nome de Frank Sweeney, o que teve um desfecho trágico.

Até hoje não há certeza de que realmente o autor dos crimes de Cleveland foi o Dr. Frank Sweeney...


Fonte: Enciclopédia de Serial Killers, de Michael Newton
           O Aprendiz Verde