Carl Panzram nasceu em 1891, nos Estados Unidos. Era filho de um imigrante e tinha 6 irmãos. Quando tinha 7 anos, seu pai abandonou sua mãe. Um ano depois, Carl Panzram entrou na vida criminal: aos 8 anos, já cometia pequenos delitos.
Aos 11 anos, Carl foi enviado para um reformatório, onde passou dois anos, na companhia de cerca de outros 300 jovens. Lá, apanhou e foi sodomizado várias vezes, inclusive por líderes religiosos. “Então eu comecei a pensar que eu deveria ter a minha vingança tão logo e tão frequentemente eu conseguisse machucar qualquer um”, disse Panzram, tempos depois. “Fui ensinado pelos cristãos a ser um hipócrita, e aprendi mais sobre roubar, mentir, odiar, queimar e matar. E que um reto pode servir para outros propósitos”. Ao sair da instituição, com cerca de 14 anos, Panzram deixou um dispositivo armado para incendiar o prédio.
Já na rua, desenvolveu um comportamento piromaníaco (incendiário) e fantasiava promover homicídios em massa. Sua relação com sua mãe foi se deteriorando.
Na escola, um professor o agredia. Um dia, isso ainda aos 14 anos, Panzram levou uma arma para a escola e queria matá-lo, mas começaram a brigar e Panzram, dominado, acabou perdendo a arma. Poucos dias depois, Panzram pegou um trem e “caiu no mundo”.
Panzram roubava, mendigava, dormia em qualquer lugar. Acabou sendo violentado por quatro homens. Após outro crime, foi novamente para um reformatório. Panzram tinha o linguajar de um criminoso nato e um policial implicava com ele. Carl resolveu matá-lo. Cometeu o homicídio com um pedaço de madeira, atingindo a cabeça do policial, pelas costas. Passou então a ser ainda mais vigiado na instituição e resolveu fugir.
Comportamento incendiário
Panzram fugiu com um colega. Adquiriram armas e “roubavam tudo o que podiam”, inclusive igrejas, as quais Carl queimava depois – um de seus crimes favoritos. “Eu amo tanto Jesus que quero crucificá-lo novamente.”, dizia Panzram. Logo a dupla se separou e Panzram começou a usar outros nomes.
Em 1907, com 16 anos, Panzram mentiu sua idade e entrou no Exército. Logo no primeiro dia, recebeu uma punição – a primeira de muitas que receberia lá dentro. Acabou sendo pego roubando e foi condenado a três anos de serviços forçados em uma penitenciária federal.
Panzram tinha muita dificuldade em se adaptar a estes ambientes. As regras na penitenciária eram rígidas e Carl vivia sendo punido. Tinha que carregar uma bola de ferro presa ao pé, mesmo quando trabalhava quebrando pedras, 10 horas por dia, 7 dias por semana. Um dia, Panzram queimou uma parte da prisão, mas não foi descoberto. Saiu de lá em 1910.
Foi preso mais algumas vezes, em alguns outros locais, por diversos crimes – mas conseguia fugir. E mantinha o seu comportamento incendiário…
Ódio do mundo
Sobre suas vítimas, Panzram disse que não era seletivo, “importava apenas que fossem seres humanos”. Estuprou até mesmo um policial que tentou extorqui-lo.
Nunca desenvolveu um interesse maior por mulheres. Nas prisões, por ter um porte avantajado e por suas características psíquicas dominadoras e agressivas, acabava sodomizando os colegas.
Em uma destas detenções, assim preencheu o campo “profissão” na sua ficha de admissão: “ladrão”. Apesar de punições cada vez maiores, seu comportamento não mudava.
Em uma ocasião, roubou a casa de William H. Taft, ex-presidente dos EUA. Panzram arrecadou muito dinheiro com os objetos que vendeu e comprou um iate. Entretanto, o revólver calibre 45 que achou na casa, este ele não vendeu, passou a carregá-lo.
E, como não poderia deixar de ser, enquanto andava com seu iate, invadia alguns outros, vazios, e roubava o que lá encontrava. Teve também a ideia de atrair marinheiros, oferecendo trabalho. Então, os violentava, matava e jogava no mar. Ladrão, estuprador, serial killer – esta era a vida de Carl Panzram.
Em 1921, Panzram foi parar em Angola! Em 1922, já com 31 anos, estuprou e matou brutalmente um garoto de 12 anos – esmagou sua cabeça com uma pedra. “Eu não me arrependo. Minha consciência não me incomoda. Eu durmo tranquilamente e tenho sonhos doces.”
Carl Panzram dizia odiar a humanidade. Em uma ocasião matou seis pessoas de uma só vez, sem motivo, e jogou os corpos aos crocodilos. Teve que fugir porque muitas pessoas tinham visto ele com as vítimas.
Panzram foi para Portugal, mas lá já era procurado. Voltou para os EUA. Continuou a roubar, matar, fugir etc. Roubou outra embarcação. De um comissário da polícia. Repintou o barco e mudou o nome da embarcação. Usando a arma que lá achou, matou mais uma pessoa – além de ter sodomizado outra, que o denunciou. Foi preso pouco depois.
Arranjou um advogado, dizendo a este que no seu barco havia muito dinheiro e que lhe pagaria após sair da cadeia. Quando foi posto em liberdade, desapareceu. O advogado foi tentar registrar o barco e descobriu que era roubado.
Carl continuou sua vida criminosa e, numa dessas prisões, disse muito do seu passado, mas foi desacreditado. Porém, investigou-se e descobriu que era verdade. Por sinal, Panzram ainda tentou receber uma recompensa oferecida em outra localidade por sua captura…
Foi transferido para outra prisão, muito rígida. Em uma fuga alguns meses depois, quebrou as pernas e foi pego. Depois foi submetido a uma cirurgia, onde acabaram por retirar-lhe um testículo. Além disso, ficou na solitária por meses. Passava o tempo pensando em como matar o maior número de pessoas. Inteirados 5 anos nesta prisão, em 1928 voltou às ruas. Nas primeiras duas semanas, já tinha matado um. Foi preso, mais uma vez.
Carl Panzram conta sua história
Na identificação criminal, notaram que Panzram tinha o peito tatuado com um lema: “Liberdade e Justiça”. Pela primeira vez, Panzram deu seu nome verdadeiro. Foi nesta prisão que teve contato com Henry Lesser, um guarda que se interessaria por suas histórias. Lesser perguntou qual era o seu crime, e ele respondeu: “O que eu faço é reformar as pessoas”. E então começou a falar de seu passado.
Henry Lesser |
Panzram aceitou escrever sua história para Henry Lesser. “Por que eu sou o que sou? Eu te direi a razão. Eu não me fiz o que sou. Os outros é que me fizeram.”
Nestes escritos, Panzram também dizia que o sistema penal só fazia piorar as coisas. “A minha vida inteira eu tenho quebrado cada lei que já foi feita pelos homens ou por Deus. E se tivessem feito mais, eu as quebraria também.”
Os processos pelos crimes anteriores começaram a andar, com suas confissões, feitas sem nenhum remorso, diga-se de passagem. Cerca de 20 homicídios. Um dos mais prolíficos assassinos em série já nascidos. Panzram dizia que se fosse solto mataria outro tanto.
Em um julgamento, ameaçou uma vítima que depunha, fazendo gestos de esganar um pescoço: “É isto que acontecerá com você”. Foi condenado a vários anos de prisão e deveria voltar à prisão federal.
Lá, avisou ao chegar: “Eu vou matar o primeiro homem que me incomodar”. Um guarda denunciou uma infração sua e Panzram foi para a solitária. Ao sair, matou o guarda, na lavanderia da prisão. Outros presos tentaram fugir da confusão, mas Panzram ainda quebrou o braço de um e aterrorizou os outros. Voltou para a solitária, enquanto aguardava outro julgamento.
Panzram continuou a se corresponder com Lesser. E disse que estava surpreso, porque agora ninguém encostava nele. “Cheguei à conclusão que se desde o começo tivesse sido tratado como agora, então tantas pessoas não teriam sido roubadas, estupradas e mortas.”
O julgamento de Carl Panzram
Em 1930, foi a julgamento pelo caso do guarda assassinado. Estava desafiador e pouco cooperativo.
“Você tem um advogado?”, perguntou o juiz. “Não, e eu não quero um.”
Durante o julgamento, Panzram foi avaliado por um psicólogo, Dr. Menninger. “Eu quero ser enforcado e não quero nenhuma interferência sua ou de tipos como você. Eu sei tudo sobre o mundo e sobre a natureza diabólica do homem, e não quero bancar o hipócrita. Estou orgulhoso de ter matado alguns e arrependo-me de não ter matado mais.” Menninger tentou fazer Carl falar sobre sua vida, mas o assassino foi ficando furioso. “Estou dizendo que sou responsável e culpado, e quanto mais rápido me enforcarem melhor será e mais contente ficarei. Então não tente interferir nisso!”
Menninger, em suas análises, culpou o reformatório e as prisões por tudo o que aconteceu. E relatou: “Eu nunca vi um indivíduo cujos impulsos destrutivos eram tão completamente aceitos pelo seu ego consciente como Panzram”. Panzram foi condenado a morrer em setembro do mesmo ano. Ouviu a sentença com um leve sorriso.
“Eu certamente quero agradecê-lo, juiz, apenas me deixe colocar as mãos em volta do seu pescoço por 60 segundos e você nunca mais sentará como juiz em um tribunal.” Foi retirado da sala rindo.
Uma associação contra a pena de morte tentou reverter o quadro, mas isso enfureceu Panzram. “Eu não quero consertar a mim mesmo! Meu único desejo é consertar as pessoas que tentaram me consertar, e eu acho que o único meio de reformar as pessoas é matando-as.”
Panzram escreveu uma carta ao presidente dos estados Unidos dizendo que não queria outro julgamento, e que estava plenamente satisfeito com aquele e com a pena. “Eu me recuso absolutamente a aceitar um perdão ou uma mudança na pena.”
Panzram permaneceu acordado na noite anterior à execução, andando pela cela e cantando uma curta canção pornográfica que ele mesmo compôs.
“Não tenho desejo algum de me reformar. Meu único desejo é de reformar as pessoas que tentam me reformar, e eu acredito que o único meio de reformar as pessoas é matando-as. Minha máxima é: roube todos, estupre todos e mate todos” - Carl Panzram.
Fonte: Murderpedia.org
Enciclopédia de Serial Killers, de Michael Newton
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