Nascido
em Chelsea, Massachusetts, em 1931, Albert foi produto de um lar
violento e abusivo. Frank DeSalvo batia em sua esposa e filhos
regularmente e foi colocado na prisão em duas ocasiões antes do
divórcio que dividiu a família, em 1944.
Esquivando-se
de um registro de prisão por arrombamento na adolescência, Albert
entrou para o Exército aos 17 anos e serviu na Alemanha. Casou-se
com uma alemã e a levou para os Estados Unidos, quando foi
transferido de volta.
Levado
a Fort Dix, Nova Jersey, DeSalvo foi acusado de molestar uma menina
de 9 anos em janeiro de 1955, mas a mãe da criança declinou da
acusação escrita e assim ele recebeu uma demissão honrada em 1956.
Na mesma época, ele experimentou problemas sexuais com sua esposa,
exigindo relações cinco ou seis vezes por dia, repreendendo-a como
“frígida” quando ela o recusava. As questões ficaram piores com
o nascimento de seu primeiro filho em 1958 e uma nova falta de
dinheiro, levando DeSalvo de volta à vida de crimes insignificantes.
Preso duas vezes por arrombamento, recebeu a suspensão da sentença
e, cada uma das vezes.
Durante
o mesmo período, as mulheres de Massachusetts começaram a ser
vítimas do “homem das medidas”, um impostor de conversa suave
que se fazia de “olheiro” de uma agência de modelos,
perambulando de casa em casa em uma procura sem fim por “novos
talentos”. Uma vez dentro do apartamento, o homem retirava uma fita
métrica e procedia ao registro de “medidas vitais” da moradora,
frequentemente acariciando-a intimamente. Algumas reclamaram para a
polícia, mas muitas outras não o fizeram, e os detetives observaram
que a ausência de qualquer agressão fez com que o caso não fosse
uma prioridade.
Em
17 de março de 1960, a polícia de Cambridge prendeu DeSalvo sob
suspeita de roubo, e ele rapidamente confessou seu papel como “homem
das medidas”. Indiciado por agressão e lesão corporal, conduta
lasciva e tentativa de arrombamento, ele foi acusado e sentenciado a
dois anos de prisão. Com liberdade condicional após 11 meses, ele
foi levado, por frustração sexual, a adotar um papel mais agressivo
e mais violento.
Como
o “homem verde” (assim chamado pois suas roupas de trabalho eram
verdes), DeSalvo lançou uma campanha de agressão sexual de dois
anos que fez vítimas em Massachusetts, New Hampshire, Connecticut e
Rhode Island. A polícia estimaria, depois, que ele estuprou pelo
menos 300 mulheres, enquanto DeSalvo colocava o total máximo de 2
mil. Uma vez ele teve meia dúzia de vítimas em um dia, espalhadas
em quatro cidades, com dois dos estupros não relatados antes de sua
confissão.
Enquanto
a polícia em toda Nova Inglaterra procurava o “homem verde”, os
detetives de homicídios de Boston estavam à espreita de um
assassino ardiloso, acusado pela morte de 11 mulheres entre junho de
1962 e julho de 1964. em cada caso, as vítimas foram estupradas –
algumas vezes com objetos estranhos – e seus corpos deixados nus,
como se estivessem posando para uma fotografia pornográfica. A morte
acontecia sempre por estrangulamento, embora algumas vezes o
assassino também usasse uma faca. A ligadura – uma meia, fronha ou
o que quer que fosse – era invariavelmente deixada ao redor do
pescoço da vítima, amarrada como um laço ornamental exagerado.
Vítimas
Anna
Slessers, 55 anos, foi a primeira a morrer, estrangulada com o cordão
de seu roupão em 14 de junho de 1962. Uma meia de náilon foi usada
para matar Nina Nichols, 68 anos, em 30 de junho, e Helen Blake, 65
anos, foi encontrada no mesmo dia com uma meia e um sutiã amarrados
ao redor de seu pescoço. Em 19 de agosto, Ida Irga, 75 anos, foi
manualmente estrangulada em sua casa, decorada com uma fronha
amarrada, e Jane Sullivan, 67 anos, estava morta havia uma semana
quando foi encontrada em 20 de agosto, estrangulada com suas próprias
meias, mergulhada na borda da banheira com seu rosto submerso.
O
assassino pareceu quebrar o padrão em 5 de dezembro de 1962, matando
uma mulher negra, de 20 anos, Sophie Clark. Outra mudança foi vista
com Patrícia Bissette, 23 anos, estrangulada em sua cama, coberta
até o queixo, em vez da disposição gráfica usual. Com Beverly
Samans, 23 anos, morta em 6 de maio, o assassino usou uma faca pela
primeira vez, apunhalando sua vítima 22 vezes antes de enrolar a
tradicional meia ao redor de seu pescoço. Evelyn Corbin, 58 anos,
pareceu restaurar o padrão original em 8 de setembro, estrangulada e
violada por uma agressão “não natural”, mas o assassino voltou
às vítimas jovens em 23 de novembro, estrangulando Joann Graff, 23
anos, deixando marcas de mordida em seu peito. A vítima final, Mary
Sullivan, 19 anos, foi encontrada em 4 de janeiro de 1964,
estrangulada com um cachecol.
Dez
meses depois, em 3 de novembro, DeSalvo foi levado a interrogatório
por acusações de estupro, após uma das vítimas do “homem verde”
dar uma clara descrição à polícia, lembrando o conhecido “homem
das medidas”. A confissão de DeSalvo de uma longa série de
estupros levou-o ao Hospital Estadual de Bridgewater, submetido à
observação psiquiátrica, e ali foi favorecido por George Nassar,
um assassino condenado enfrentando o julgamento por seu segundo
roubo-assassinato desde 1948. Suas discussões particulares foram
intercaladas com visitas da polícia, levando finalmente à confissão
total de DeSalvo dos crimes do “Estrangulador de Boston”.
Em
sua confissão, Albert até incluiu duas novas vítimas,
anteriormente nunca relacionadas pelas autoridades. Uma, Mary Mullen,
85 anos, foi encontrada morta em sua casa, em 28 de junho de 1962,
seu falecimento atribuído a ataque do coração. DeSalvo disse que
Mullen teve um colapso quando ele invadiu seu apartamento, então,
ele deixou seu corpo no sofá sem continuar a agressão habitual.
Mary Brown, 60 anos, foi apunhalada e surrada em sua casa em 9 de
março de 1963, novamente sem mostrar o famoso “nó do
estrangulador”.
Parecia
um caso que seria rapidamente solucionado, mas diversos problemas
permaneceram. A única vítima sobrevivente do estrangulador,
agredida em fevereiro de 1963, não conseguiu identificar Albert em
um grupo, nem as testemunhas aquelas que tinham visto um suspeito
próximo às cenas de homicídio de Graff e Sullivan puderam fazê-lo.
Diversos detetives concentraram seu objetivo em outro suspeito,
apontado como o “psíquico” Peter Hurkos, mas o homem submeteu-se
voluntariamente a um asilo logo após seu último assassinato. E, se
Albert DeSalvo foi levado por uma fixação materna, os psiquiatras
dizem, por que ele escolheu mulheres jovens como cinco de suas
últimas sete vítimas?
Alguns
estudiosos do caso acreditam que a resposta pode ser encontrada em
Bridgewater, onde o assassino George Nassar conversou com DeSalvo por
muitos dias e noites. É possível, os críticos mantêm, que Nassar
possa ter sido estrangulador, resumindo para Albert os detalhes de
seus crimes na esperança de enviar as autoridades para uma procura
infrutífera. DeSalvo, já enfrentando numerosos períodos de prisão
perpétua por inúmeros estupros, admitiu concluir uma negociação
com Nassar, em que este embolsaria parte da recompensa pendente por
entregar DeSalvo, depois passando a maior parte do dinheiro para a
esposa de DeSalvo. Como um argumento decisivo, a única sobrevivente
do estrangulador favoreceu Nassar como suspeito em vez de DeSalvo.
Outras teorias postulam a existência de dois estranguladores de
Boston, um para as vítimas jovens e outro para as idosas. O
jornalista Hank Messick acrescentou uma nova alternativa no início
da década de 1970, citando um atirador da máfia – então falecido
– com a finalidade de DeSalvo ter sido pago, presumivelmente pelo
crime organizado, para “assumir a inclinação” do real e não
identificado “Estrangulador de Boston”.
Seja
como for, DeSalvo nunca foi a julgamento por homicídio em Boston. O
advogado F. Lee Bailey conseguiu negociar um acordo em 1967, em que
Albert recebeu uma condenação de prisão perpétua pelos crimes
cometidos como o “homem verde”. Nunca foi formalmente acusado dos
estrangulamentos de Boston; DeSalvo foi apunhalado até a morte por
um recluso na prisão de Walpole, em novembro de 1973.
O corpo de Albert foi exumado no dia 12 de junho de 2013,
para retirar seu DNA e comparar com sua última vítima, Mary Sullivan.
Documentário sobre Albert em inglês
(pode ser necessário ativar legenda)
(pode ser necessário ativar legenda)
Fonte:
Enciclopédia de Serial Killers, de Michael Newton.
O Aprendiz Verde
Nenhum comentário:
Postar um comentário