Nascida
em 1897, em Kunitomi, se formou na Universidade de Tóquio e, mais
tarde, se casou com Takeshi Ishikawa, porém, não teve filhos.
Trabalhou como diretora do Hospital Maternidade de Kotobuki,
considerada uma parteira experiente.
Na
década de 1940, havia muitos bebês em sua maternidade e Miyuki se
viu diante de um dilema: muitos dos pais dessas crianças eram pobres
e incapazes de criar seus filhos e ela não poderia ajudar essas
crianças, devido à falta de serviços sociais ou de caridade.
Miyuki
encontrou uma solução: resolveu negligenciar inúmeras crianças, o
que levou muitos à morte. O número exato de vítimas é
desconhecido, mas estima-se que ela tenha matado pelo menos 103
(cento e três) bebês. A maioria das parteiras do Hospital Kotobuki
renunciaram a seus cargos, revoltadas com as práticas determinadas
por Miyuki.
Tempos
depois, ela tentou arrecadar grana pelos assassinatos, solicitando
grandes somas de dinheiro dos pais alegando que a despesa seria menor
do que criar uma criança não desejada. Um médico, Shiro Nakayama,
cúmplice do esquema, ajudou o casal falsificando atestados de óbito,
práticas que foram ignoradas pela polícia do distrito de Shinjuku.
Antes
desses acontecimentos, casos semelhantes já haviam ocorrido... o
povo de Itabashi foi acusado, em 1930, pelo assassinato de 41
(quarenta e uma) crianças adotivas. Hatsutaro Kawamata foi preso em
1933 pelo assassinato de pelo menos 25 (vinte e cinco) filhos
adotivos. O governo japonês estava ciente da crise, mas nada fazia.
Casos de infanticídio eram vistos normalmente como lesão corporal
com resultado morte pelo Código Penal do Japão até 1907.
PRISÃO
E JULGAMENTO
Dois
policiais da delegacias de polícia de Waseda encontraram
acidentalmente os restos de cinco das vítimas de Miyuki, em 12 de
janeiro de 1948. Autópsias realizadas nos corpos provaram que eles
não morreram de causas naturais... Miyuki e Takeshi foram presos no
dia 15 de janeiro de 1948.
As
vítimas foram abandonadas, então ela culpava os pais por sua morte.
O público apoio (!!!) a justificativa de Miyuki, mas Yuriko Miyamoto
entendeu como discriminação. Ao investigar mais profundamente,
encontraram mais 40 (quarenta) cadáveres na casa de um agente
funerário... mais trinta corpos foram descobertos em um templo. O
grande número de cadáveres recuperados e o período de tempo em que
os assassinatos ocorreram tornou difícil para as autoridades
determinar o número exato de vítimas.
As
autoridades viram seus homicídios como crime de “omissão”. No
Tribunal Distrital de Tóquio, Miyuki foi condenado a 8 (oito) anos
de prisão; Takeshi e Dr. Shiro Nakayama foram condenados a 4
(quatro) anos de prisão. O casal apelou de suas sentenças e, em
1952, o Tribunal Superior de Tóquio revogou a sentença original e
Miyuki foi condenada a 4 (quatro) anos de prisão, e Takeshi a 2
(dois) anos.
Este
incidente é considerado a principal razão pela qual o governo
japonês começou a considerar a legalização do aborto: o aumento
do número de crianças indesejadas nascidas no Japão. Em 13 de
julho de 1948, a Lei de Proteção Eugênica – agora, Lei de
Proteção ao Corpo da Mãe – e um sistema de exames nacionais de
parteiras foi estabelecido. Em 24 de junho de 1949, o aborto por
razões econômicas foi legalizado sob a proteção desta lei.
Fonte:
Murderpedia.org
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