domingo, 9 de março de 2014

MIYUKI ISHIKAWA, a "Parteira do Demônio"



Nascida em 1897, em Kunitomi, se formou na Universidade de Tóquio e, mais tarde, se casou com Takeshi Ishikawa, porém, não teve filhos. Trabalhou como diretora do Hospital Maternidade de Kotobuki, considerada uma parteira experiente.

Na década de 1940, havia muitos bebês em sua maternidade e Miyuki se viu diante de um dilema: muitos dos pais dessas crianças eram pobres e incapazes de criar seus filhos e ela não poderia ajudar essas crianças, devido à falta de serviços sociais ou de caridade.

Miyuki encontrou uma solução: resolveu negligenciar inúmeras crianças, o que levou muitos à morte. O número exato de vítimas é desconhecido, mas estima-se que ela tenha matado pelo menos 103 (cento e três) bebês. A maioria das parteiras do Hospital Kotobuki renunciaram a seus cargos, revoltadas com as práticas determinadas por Miyuki.

Tempos depois, ela tentou arrecadar grana pelos assassinatos, solicitando grandes somas de dinheiro dos pais alegando que a despesa seria menor do que criar uma criança não desejada. Um médico, Shiro Nakayama, cúmplice do esquema, ajudou o casal falsificando atestados de óbito, práticas que foram ignoradas pela polícia do distrito de Shinjuku.

Antes desses acontecimentos, casos semelhantes já haviam ocorrido... o povo de Itabashi foi acusado, em 1930, pelo assassinato de 41 (quarenta e uma) crianças adotivas. Hatsutaro Kawamata foi preso em 1933 pelo assassinato de pelo menos 25 (vinte e cinco) filhos adotivos. O governo japonês estava ciente da crise, mas nada fazia. Casos de infanticídio eram vistos normalmente como lesão corporal com resultado morte pelo Código Penal do Japão até 1907.


PRISÃO E JULGAMENTO

Dois policiais da delegacias de polícia de Waseda encontraram acidentalmente os restos de cinco das vítimas de Miyuki, em 12 de janeiro de 1948. Autópsias realizadas nos corpos provaram que eles não morreram de causas naturais... Miyuki e Takeshi foram presos no dia 15 de janeiro de 1948.



As vítimas foram abandonadas, então ela culpava os pais por sua morte. O público apoio (!!!) a justificativa de Miyuki, mas Yuriko Miyamoto entendeu como discriminação. Ao investigar mais profundamente, encontraram mais 40 (quarenta) cadáveres na casa de um agente funerário... mais trinta corpos foram descobertos em um templo. O grande número de cadáveres recuperados e o período de tempo em que os assassinatos ocorreram tornou difícil para as autoridades determinar o número exato de vítimas.

As autoridades viram seus homicídios como crime de “omissão”. No Tribunal Distrital de Tóquio, Miyuki foi condenado a 8 (oito) anos de prisão; Takeshi e Dr. Shiro Nakayama foram condenados a 4 (quatro) anos de prisão. O casal apelou de suas sentenças e, em 1952, o Tribunal Superior de Tóquio revogou a sentença original e Miyuki foi condenada a 4 (quatro) anos de prisão, e Takeshi a 2 (dois) anos.

Este incidente é considerado a principal razão pela qual o governo japonês começou a considerar a legalização do aborto: o aumento do número de crianças indesejadas nascidas no Japão. Em 13 de julho de 1948, a Lei de Proteção Eugênica – agora, Lei de Proteção ao Corpo da Mãe – e um sistema de exames nacionais de parteiras foi estabelecido. Em 24 de junho de 1949, o aborto por razões econômicas foi legalizado sob a proteção desta lei.


Fonte: Murderpedia.org


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