domingo, 30 de março de 2014

ENRIQUETA MARTÍ, a "Vampira de Barcelona"



Nascida em 1868, ainda jovem Enriqueta se mudou de sua cidade natal em Saint Feliu, onde trabalhava como serva e babá, para se tornar prostituta em bordéis e outros locais no porto de Barcelona ou no Portal de Santa Madrona.

Em 1895 se casou com um pintor chamado Joan Pujaló, que não durou muito devido aos relacionamentos de Enriqueta com outros homens, seu caráter estranho, falso e imprevisível, além das contínuas visitas à locais de prostituição foi a causa de sua separação. Apesar disso, reconciliaram-se por aproximadamente seis vezes. Quando Enriqueta foi presa em 1912, estavam separados já há cinco anos e não tinha filhos.

Enriqueta levava vida dupla: durante o dia, se vestia com trapos e mendigava em casas de caridade, conventos e paróquias nas regiões carentes da cidade, onde selecionava crianças que pareciam as mais negligenciadas. Levando-as pela mão, dizia que eles eram seus filhos... à noite, ela se prostituía ou os assassinava. Ela não tinha qualquer necessidade de mendigar, pois, como cafetina e prostituta tinha dinheiro suficiente para viver bem... vestia-se com roupas luxuosas, chapéus e perucas, frequentou o El Liceu, o Casino de La Arrabassada e outros lugares onde os ricos de Barcelona se reuniam. Acredita-se que nesses lugares ela tenha se oferecido como aliciadora de crianças.

Em 1909 ela foi presa em seu apartamento, na Rua Minerva, em Barcelona, acusada de comandar um bordel que oferecia serviços sexuais de crianças entre 3 e 14 anos de idade... junto com ela, um outro jovem de família rica também foi preso. Graças a seus contatos com a alta sociedade de Barcelona, que também usavam seus serviços como aliciadora de crianças, Enriqueta nunca foi julgada e a questão se perdeu no sistema.



Enquanto prostituía crianças, Enriqueta também praticava feitiçaria. Entre os ingredientes que ela usou para fazer seus remédios estavam os restos das crianças que matava – variava de bebês até crianças de 9 anos. Usava tudo o que podia: gordura, sangue, cabelo e ossos (que, normalmente, transformava em pó) e, por isso, não teve problemas com a eliminação dos corpos. Enriqueta vendia pomadas, cataplasmas, poções para tuberculose – doença muito temida na época – entre outros tipos de doenças que não tem cura na medicina tradicional. Os ricos pagavam grandes somas de dinheiro para estes remédios.

Suspeita-se que ela sequestrou um considerável número de crianças, pois, suas ações perduraram por aproximadamente 20 anos. Finalmente, foi presa em El Raval, mezanino número 29 da rua Ponent – hoje rua Joaquim Costa. Mais evidências foram encontrada em apartamentos em Barcelona, onde viveu anteriormente.

Os peritos, por sua vez, conseguiram identificar um total de 12 crianças com as poucas evidências que conseguiram recuperar... Enriqueta não fizera registro de suas atividades.



No dia 10 de fevereiro de 1912, Enriqueta sequestrou sua última vítima, Teresita Guitart Congost. A notícia ganhou notoriedade e indignação pública devido à passividade das autoridades quanto às crianças desaparecidas. Uma vizinha teria visto uma menina com o cabelo cortado em uma janela do apartamento nº 29, na rua Ponent. A vizinha, que nunca tinha visto aquela criança, perguntou à Enriqueta se era filha dela... Enriqueta fechou a janela bruscamente sem dizer nada.

A vizinha levou a denúncia às autoridades que, no dia 27 de fevereiro, com a desculpa de uma reclamação sobre a posse de galinhas no apartamento, foram procurar Enriqueta. Esta se mostrou surpresa mas não se opôs à entrada dos policiais. Encontraram duas meninas no interior do apartamento – Teresita e Angelita.

Teresita foi encaminhada para seus pais... segundo suas declarações, Enriqueta prometeu-lhe doces e, ao perceber que estava afastada demais de sua casa, pediu para voltar, mas Enriqueta cobriu sua cabeça com um pano preto e a forçou a entrar no apartamento. Lá, Enriqueta cortou seu cabelo, mudou seu nome para Felicidad e ordenou que a chamasse de madrasta, pois, a menina não teria mais pais. Alimentava a menina com batatas e pão amanhecido e prendia a menina, que era proibida de ir para a varanda ou olhar pela janela.

Um dia, quando Enriqueta saiu, as meninas foram explorar o apartamento e encontraram um saco com roupas de menina cobertas de sangue e uma faca de desossar também coberta de sangue, o que foi encontrado posteriormente pela polícia.

Angelita, no entanto, tinha um relato mais assombroso: disse que quando chegou ao apartamento, havia um menino de 5 anos, chamado Pepito, que a chamava de mãe... ela viu Enriqueta matá-lo na mesa da cozinha... correu para o quarto e se escondeu embaixo da cama. Enriqueta dizia que Angelita era sua filha com Juan Pujaló, o que foi negado em juízo por Juan.

Além do que Teresita disse, a polícia também encontrou outro saco com roupas sujas e pelo menos trinta ossos de pequenas dimensões... encontraram um salão suntuoso no apartamento, onde havia um armário com roupas bonitas para menino e menina, o que contrastava com o resto do apartamento, que era pobre e cheirava mal. Em outra sala, encontraram o horror: cinquenta jarros, potes e lavatórios com restos humanos preservados; banha, sangue coagulado, cabelo infantil, esqueletos, ossos das mãos em pó e vasos com as porções, pomadas e unguentos já preparada para a venda.

Em outros dois apartamentos de Enriqueta encontraram paredes falsas e, nos tetos, restos humanos. No jardim da casa na rua Jocs Florais, encontraram um crânio de uma criança de 3 anos de idade, e uma série de ossos que correspondiam a crianças de 3, 6 e 8 anos de idade.

Há relatos de que Enriqueta também praticou canibalismo e, segundo Angelita, também a forçou a comer carne humana. Enriqueta nunca foi julgada por seus crimes... foi linchada na prisão em 12 de maio de 1913.

Fonte: Murderpedia.org
           Enciclopédia de Serial Killers, de Michael Newton



Nenhum comentário:

Postar um comentário