sábado, 31 de maio de 2014

LAERTE PATROCÍNIO ORPINELLI, o "Monstro de Rio Claro" ou o "Maníaco da Bicicleta"



Laerte era o sétimo filho de uma família com oito crianças, nascidos em Araras, interior de São Paulo. Seu comportamento estranho, que teve início por volta dos 10 anos de idade, chamou a atenção de sua professora quando cursava o terceiro ano primário: falava pouco, brincava sozinho e tinha péssimo rendimento escolar, o que o levou a abandonar os estudos. Nessa mesma época, ficou uma semana fora de casa, sem dar qualquer notícia e retornou ao lar como se nada tivesse acontecido. Para chamar a atenção da família, costumava bater latas no quintal, o que irritava sua mãe, Eliza. Para tentar contê-lo, passou a amarrá-lo com pedaços de trapos na beirada da cama ou ao pé da mesa.

Com 16 anos deu início a uma série de internações na Clínica Psiquiátrica Sayão, onde chegou a permanecer por cinco anos ininterruptos em tratamento. Às vezes fugia... O diretor da clínica – José Carlos Naitz-ke – afirma que a família o internava sob a alegação de problemas com alcoolismo. Para ele, Laerte não tinha uma doença mental e mantinha seu diagnóstico clínico em segredo.

Um dos sobrinhos – que não quis se identificar – três dos quatro irmãos são aposentados por alcoolismo, e o comportamento arredio de Laerte foi potencializado pela desunião da família... após casarem, os irmãos nunca mais passaram um Natal juntos.

Vez em quando, pedia para a mãe escrever cinco cartas para uma mesma pessoa... seu comportamento beirava o infantil. Certa vez, ao ver Laerte com um brinquedinho em casa, um sobrinho pediu para ver e ele respondeu: “Não! É meu!”. Apesar das dificuldades de relacionamento, Laerte teve uma namorada – Sidney Aparecida Martins, de 62 anos – que conheceu em 1983 e chegaram a viver juntos por dois anos e meio. Segundo ela, Laerte era agressivo; eles dormiam em quartos separados embora morassem na casa dela, no bairro Bela Vista, próximo ao Horto Florestal (local onde foram encontradas duas ossadas de crianças mortas por Laerte). Ela o descreve como “agitado, saía de manhã e só voltava à noite”. Nunca viu Laerte com dinheiro, sabia que ele tinha problemas com bebidas, mas não dos seus problemas psiquiátricos.

Durante a década de 90, o desaparecimento e assassinato de várias crianças aterrorizou Rio Claro, no interior de São Paulo. O assassino seduzia suas vítimas com caramelos e doces, atraindo-os para locais ermos onde os violentava e assassinava: se não resistissem, ele os asfixiava com as próprias mãos; se resistissem, eram espancados até a morte... era morrer, ou morrer.

Laerte vivia como andarilho, utilizava uma bicicleta vermelha para se locomover de uma cidade para outra, fazendo bicos com suas vendas de esmaltes, lixas, espetinhos em quermesses e auxiliar de pedreiro. Sua aparente fragilidade e simpatia despertava compaixão nas pessoas, que acabavam por ajudá-lo. Confessou friamente 11 (onze) assassinatos de crianças entre 4 e 10 anos; duas outras mortes foram declaradas informalmente à polícia. Costumava registrar em um pequeno caderno o dia e a cidade por onde passava e, a partir destas anotações, a polícia elaborou um banco de dados que registra a rota macabra de 26 cidades e 96 crianças desaparecidas (pasmem!).

Laerte fazia questão de dizer que tinha profissão: “engraxador de portas de estabelecimentos comerciais”. Foi preso, aos 56 anos, no município de Leme, no dia 13 de janeiro de 2000.


VÍTIMAS

Atraía suas vítimas com doces ou balas e, na promessa de conseguir muito mais para a criança, dava carona em sua bicicleta até sua casa – na verdade, as conduzia a um local ermo, como bosques, abrigos abandonados – e, ao perceber o domínio sobre a criança, a atacava com raiva e brutalidade, as estuprava, torturava e, por fim, a morte. Usava pedras, deixava os corpos expostos e outros enterrados parcialmente. Chegou a afirmar que bebia o sangue de algumas das vítimas já mortas e que era influenciado por um espírito maligno que o fazia perseguir e matar crianças. Também atribuía seus crimes ao alcoolismo

Jéssica Alves Martins, 9 anos – dia 21 de novembro de 1999. Há registro da passagem de Laerte por um alberque do município no dia 20. Dois dias depois, o corpo dela foi encontrado na Vila Santa Terezinha, estuprada e estrangulada. Julgado em 2001 por este crime, foi condenado a 27 anos de prisão.

Osmarina Pereira Barbosa, 10 anos – conhecida como Marina, foi abordada por Laerte em 17 de janeiro de 1990, no bairro de Santa Maria, em Rio Claro... estava acompanhada por seu primo José Fernando de Oliveira, 9 anos. Laerte confessou que os levou para um canavial, onde estuprou e espancou primeiramente Marina até a morte e, em seguida, espancou José também até a morte. A ossada de Marina foi encontrada em setembro de 1990... disse que José demorou mais do que a prima para morrer. Laerte pegou 15 anos de prisão por cada um dos assassinatos no ano de 2008.

Aline Cristina dos Santos Siqueira, 8 anos – desapareceu da cidade de Rio Claro na companhia de um indivíduo montado em uma bicicleta. Laerte confessou que raptou e matou a menina, mas o corpo dela nunca foi encontrado.

Edson Silva de Carvalho, 11 anos – desapareceu da cidade de Monte Alto, interior paulista, em 26 de maio de 1998; seu corpo foi encontrado em uma casa abandonada, em avançado estado de decomposição. Acredita-se ter sido a primeira vítima de Laerte fora da cidade de Rio Claro... confessou que, na tentativa de abusar sexualmente de Edson, o menino gritou desesperadamente, o que o fez bater a cabeça da criança repetidamente contra a parede, o que causou sua morte instantânea. Foi condenado por esse crime a 18 anos de prisão, em 2001.

Crislaine dos Santos Barbosa, 4 anos – a vítima mais nova de Laerte, raptada em Pirassununga, interior de São Paulo, na noite de 25 de abril de 1999. Ele seguiu a mãe da menina até a casa, esperou quando a mãe saísse de casa, entrou sem ser notado e pegou a menina que a mãe deixara dormindo no sofá da sala; ao sair, deixou a porta encostada. Meses depois, encontraram uma ossada compatível com a criança em um canavial nos fundos de um motel. Laerte confessou esse crime e foi condenado em 2001 a 16 anos de prisão.

Mesmo fim trágico tiveram Daniela Regina de Oliveira Jorge, 5 anos; Alyson Maurício Nicolau Cristo, 6 anos; e Anderson Jonas da Silva, 6 anos.

Em entrevista à revista IstoÉ, deu as seguintes declarações: matava crianças por “gostar de ver o corpinho delas... gostar da beleza que elas têm”. Declarou que gostava das crianças mas do jeito “sexual”. As seduzia porque, ao beber, incorporava “Satã”, ficava nervoso e sentia o desejo de vê-las aterrorizadas... as escolhia depois de beber. Aí, dava início à sessão de violência... disse ter começado a matar há cinco ou seis anos antes de ser preso. Ao ser perguntado se já matou adultos, riu e disse que não, só crianças, umas 15 num total. Não se preocupava em ser preso e se dizia arrependido... queria se “tratar”...

Laerte, o “Maníaco de Rio Claro”, morreu no dia 03 de janeiro de 2013, na Penitenciária de Iaras/SP; sua morte foi divulgada apenas em 16 de janeiro de 2013, pela SEAP de São Paulo. Era diabético e hipertenso.

Instinto Assassino – a história do Monstro de Rio Claro

Reportagem sobre Laerte e algumas de suas confissões

Fonte: Wikipedia
           Fenix Blogspot
           Isto É
          Tribuna do Povo



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