Laerte
era o sétimo filho de uma família com oito crianças, nascidos em
Araras, interior de São Paulo. Seu comportamento estranho, que teve
início por volta dos 10 anos de idade, chamou a atenção de sua
professora quando cursava o terceiro ano primário: falava pouco,
brincava sozinho e tinha péssimo rendimento escolar, o que o levou a
abandonar os estudos. Nessa mesma época, ficou uma semana fora de
casa, sem dar qualquer notícia e retornou ao lar como se nada
tivesse acontecido. Para chamar a atenção da família, costumava
bater latas no quintal, o que irritava sua mãe, Eliza. Para tentar
contê-lo, passou a amarrá-lo com pedaços de trapos na beirada da
cama ou ao pé da mesa.
Com
16 anos deu início a uma série de internações na Clínica
Psiquiátrica Sayão, onde chegou a permanecer por cinco anos
ininterruptos em tratamento. Às vezes fugia... O diretor da clínica
– José Carlos Naitz-ke – afirma que a família o internava sob a
alegação de problemas com alcoolismo. Para ele, Laerte não tinha
uma doença mental e mantinha seu diagnóstico clínico em segredo.
Um
dos sobrinhos – que não quis se identificar – três dos quatro
irmãos são aposentados por alcoolismo, e o comportamento arredio de
Laerte foi potencializado pela desunião da família... após
casarem, os irmãos nunca mais passaram um Natal juntos.
Vez
em quando, pedia para a mãe escrever cinco cartas para uma mesma
pessoa... seu comportamento beirava o infantil. Certa vez, ao ver
Laerte com um brinquedinho em casa, um sobrinho pediu para ver e ele
respondeu: “Não! É meu!”. Apesar das dificuldades de
relacionamento, Laerte teve uma namorada – Sidney Aparecida
Martins, de 62 anos – que conheceu em 1983 e chegaram a viver
juntos por dois anos e meio. Segundo ela, Laerte era agressivo; eles
dormiam em quartos separados embora morassem na casa dela, no bairro
Bela Vista, próximo ao Horto Florestal (local onde foram encontradas
duas ossadas de crianças mortas por Laerte). Ela o descreve como
“agitado, saía de manhã e só voltava à noite”. Nunca viu
Laerte com dinheiro, sabia que ele tinha problemas com bebidas, mas
não dos seus problemas psiquiátricos.
Durante
a década de 90, o desaparecimento e assassinato de várias crianças
aterrorizou Rio Claro, no interior de São Paulo. O assassino seduzia
suas vítimas com caramelos e doces, atraindo-os para locais ermos
onde os violentava e assassinava: se não resistissem, ele os
asfixiava com as próprias mãos; se resistissem, eram espancados até
a morte... era morrer, ou morrer.
Laerte
vivia como andarilho, utilizava uma bicicleta vermelha para se
locomover de uma cidade para outra, fazendo bicos com suas vendas de
esmaltes, lixas, espetinhos em quermesses e auxiliar de pedreiro. Sua
aparente fragilidade e simpatia despertava compaixão nas pessoas,
que acabavam por ajudá-lo. Confessou friamente 11 (onze)
assassinatos de crianças entre 4 e 10 anos; duas outras mortes foram
declaradas informalmente à polícia. Costumava registrar em um
pequeno caderno o dia e a cidade por onde passava e, a partir destas
anotações, a polícia elaborou um banco de dados que registra a
rota macabra de 26 cidades e 96 crianças desaparecidas (pasmem!).
Laerte
fazia questão de dizer que tinha profissão: “engraxador de portas
de estabelecimentos comerciais”. Foi preso, aos 56 anos, no
município de Leme, no dia 13 de janeiro de 2000.
VÍTIMAS
Atraía
suas vítimas com doces ou balas e, na promessa de conseguir muito
mais para a criança, dava carona em sua bicicleta até sua casa –
na verdade, as conduzia a um local ermo, como bosques, abrigos
abandonados – e, ao perceber o domínio sobre a criança, a atacava
com raiva e brutalidade, as estuprava, torturava e, por fim, a morte.
Usava pedras, deixava os corpos expostos e outros enterrados
parcialmente. Chegou a afirmar que bebia o sangue de algumas das
vítimas já mortas e que era influenciado por um espírito maligno
que o fazia perseguir e matar crianças. Também atribuía seus
crimes ao alcoolismo
Jéssica
Alves Martins, 9 anos – dia 21 de novembro de 1999. Há registro da
passagem de Laerte por um alberque do município no dia 20. Dois dias
depois, o corpo dela foi encontrado na Vila Santa Terezinha,
estuprada e estrangulada. Julgado em 2001 por este crime, foi
condenado a 27 anos de prisão.
Osmarina
Pereira Barbosa, 10 anos – conhecida como Marina, foi abordada por
Laerte em 17 de janeiro de 1990, no bairro de Santa Maria, em Rio
Claro... estava acompanhada por seu primo José Fernando de Oliveira,
9 anos. Laerte confessou que os levou para um canavial, onde estuprou
e espancou primeiramente Marina até a morte e, em seguida, espancou
José também até a morte. A ossada de Marina foi encontrada em
setembro de 1990... disse que José demorou mais do que a prima para
morrer. Laerte pegou 15 anos de prisão por cada um dos assassinatos
no ano de 2008.
Aline
Cristina dos Santos Siqueira, 8 anos – desapareceu da cidade de Rio
Claro na companhia de um indivíduo montado em uma bicicleta. Laerte
confessou que raptou e matou a menina, mas o corpo dela nunca foi
encontrado.
Edson
Silva de Carvalho, 11 anos – desapareceu da cidade de Monte Alto,
interior paulista, em 26 de maio de 1998; seu corpo foi encontrado em
uma casa abandonada, em avançado estado de decomposição.
Acredita-se ter sido a primeira vítima de Laerte fora da cidade de
Rio Claro... confessou que, na tentativa de abusar sexualmente de
Edson, o menino gritou desesperadamente, o que o fez bater a cabeça
da criança repetidamente contra a parede, o que causou sua morte
instantânea. Foi condenado por esse crime a 18 anos de prisão, em
2001.
Crislaine
dos Santos Barbosa, 4 anos – a vítima mais nova de Laerte, raptada
em Pirassununga, interior de São Paulo, na noite de 25 de abril de
1999. Ele seguiu a mãe da menina até a casa, esperou quando a mãe
saísse de casa, entrou sem ser notado e pegou a menina que a mãe
deixara dormindo no sofá da sala; ao sair, deixou a porta encostada.
Meses depois, encontraram uma ossada compatível com a criança em um
canavial nos fundos de um motel. Laerte confessou esse crime e foi
condenado em 2001 a 16 anos de prisão.
Mesmo
fim trágico tiveram Daniela Regina de Oliveira Jorge, 5 anos; Alyson
Maurício Nicolau Cristo, 6 anos; e Anderson Jonas da Silva, 6 anos.
Em
entrevista à revista IstoÉ, deu as seguintes declarações: matava
crianças por “gostar de ver o corpinho delas... gostar da beleza
que elas têm”. Declarou que gostava das crianças mas do jeito
“sexual”. As seduzia porque, ao beber, incorporava “Satã”,
ficava nervoso e sentia o desejo de vê-las aterrorizadas... as
escolhia depois de beber. Aí, dava início à sessão de
violência... disse ter começado a matar há cinco ou seis anos
antes de ser preso. Ao ser perguntado se já matou adultos, riu e
disse que não, só crianças, umas 15 num total. Não se preocupava
em ser preso e se dizia arrependido... queria se “tratar”...
Laerte,
o “Maníaco de Rio Claro”, morreu no dia 03 de janeiro de 2013,
na Penitenciária de Iaras/SP; sua morte foi divulgada apenas em 16
de janeiro de 2013, pela SEAP de São Paulo. Era diabético e
hipertenso.
Instinto
Assassino – a história do Monstro de Rio Claro
Reportagem
sobre Laerte e algumas de suas confissões
Fonte:
Wikipedia
Fenix
Blogspot
Isto
É
Tribuna
do Povo
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