Entre
os anos de 2000 e 2001, em Teresópolis, no Rio de Janeiro, meninas
eram convidadas a conhecer e/ou trabalhar na distribuição de
panfletos da casa de magia cigana intitulada “Portal dos Deuses”
que, em seguida, trocou seu nome para “Recanto dos Orixás”, mais
um dos consultórios espirituais espalhados pelo Brasil.
Cláudia
Cahet (15), uma jovem que trabalhava neste local, desapareceu da casa
de seu patrão em abril de 2001, sendo encontrada morta 24 horas
depois... denunciado por um parente de Cláudia por assédio sexual à
menina, seu patrão, suspeito do crime, Paulo Bianchi Yanovich, foi
conduzido à delegacia. Embora não possuísse residência fixa,
deixou Teresópolis após ser liberado pela justiça. Apresentou como
moradia a cidade de Volta Redonda, à quilômetros de distância do
local onde os crimes foram cometidos e se tem notícia de que circula
em outros Estados, como Minas Gerais e São Paulo.
Cláudia
não foi a única vítima, mas sim a quinta – e última, pelo que
se tem notícia – de uma série de assassinatos onde apenas duas
sobreviveram – Denise (14) e Simone (19) – tendo feito seu
retrato falado e, posteriormente, o reconheceram em sede policial.
As
outras vítimas foram Iara Santos (14) e Fernanda Venâncio Ramos
(17), assassinadas no ano anterior (2000). Segundo informações, em
regra, as meninas foram sequestradas da porta do Colégio Edmundo
Bitencourt, entre 12 e 13 horas, sempre as quartas-feiras, mantidas
em cárcere privado, estupradas com seus próprios cadarços e seus
corpos deixados entre objetos de magia, seguindo o ritual dos cinco
elementos – madeira, terra, fogo, água e metal – em um
pentagrama invertido, ainda vestiam os uniformes.
Para
a identificação do suspeito foi feito um retrato falado pelas
vítimas sobreviventes, que o identificaram em sede policial, o caso
possui indícios de participação do mesmo suspeito, as vítimas
foram sequestradas no mesmo dia da semana e horário, encontradas em
locais com objetos de magia negra que não foram recolhidos pela
perícia e o carro usado nos sequestros foi encontrado escondido na
caso do sogro de Paulo, em Nova Friburgo... o carro pertencia ao pai
de Paulo.
Acredita-se
que as mortes ocorreram em uma espécie de ritual para aumentar a
fertilidade/virilidade e, segundo os ciganos, sacrifícios com
garotas virgens seria extremamente eficaz. Isso garantiria a tradição
cigana, onde ter muitos filhos representa poder. Um tio do acusado,
João Yanovich, que foi ao Ministério Público para confirmar ser
Paulo o autor dos homicídios em parceria com outros membros da
família, foi assassinado a tiros em casa.
Paulo
foi liberado pela justiça após o exame de DNA, coletado pelo
estupro das jovens, ter resultado negativo... no entanto, o perfil
genético concluiu que a amostra pertencia a alguém de sua família.
Especula-se se as amostras não tenham sido trocadas, pois, Paulo era
(ou é) uma pessoa abastada.
Quanto
a umas das vítimas sobreviventes, a juíza decidiu não levar Paulo
a julgamento por tentativa de homicídio, aceitando álibi confirmado
por um padre de que Paulo estaria na hora do crime em uma igreja em
outro município. A magistrada impronunciou o acusado em três dos
crimes, só o denunciando em dois casos e, segundo poucas notícias,
parece que só seria julgado por um dos homicídios... a família de
uma das vítimas, sem ter a quem recorrer, levou o caso à mídia,
como mostra o vídeo: http://youtu.be/nv_p_rCq0mU.
Outro
caso ocorreu em Curitiba, envolvendo membros da família:
→
no
dia 10 de abril de 2006, na cidade de Quatro Barras, no Paraná,
Giovanna dos Reis Costa (9) foi sequestrada enquanto vendia rifas
para a festa de Páscoa da escola. Foi assassinada da mesma forma
como os crimes ocorridos em Teresópolis. Quando as suspeitas
recaíram sobre a família cigana Petrovitch – Pero Theodoro
Petrovitch Vichi (18) e sua mulher, uma jovem de 15 anos, além do
sogro, Renato Michel – iniciou-se uma investigação e descobriram
que Paulo Yanovich é seu parente. Estranhamente, o corpo de Giovanna
foi lavado, não encontrando nenhum vestígio de sêmen.
Na
noite em que a menina desapareceu acontecia uma festa na casa dos
ciganos – possivelmente o ritual que resultou no bárbaro
assassinato. De acordo com os peritos, Giovanna foi sangrada viva;
introduziram um objeto em sua vagina de modo que o sangue escorresse
e fosse recolhido, o que perdurou por mais de uma hora, quando,
então, a menina foi asfixiada pelos assassinos. Seu corpo foi
encontrado no dia 12, em um terreno baldio, no Jardim Patrícia,
perto de onde morava, dentro de um saco de lixo azul, nua e amarrada
com fios de luz. Na casa de Pero a polícia encontrou vestígios de
sangue humano e na casa da família dele, em Curitiba, um envelope
com o nome da menina.
Vera
Petrovich, mentora intelectual do crime contra Giovanna, aguardava o
sangue da menina para garantir a virilidade do outro filho que se
casaria nos próximos dias. Foram presos em 2007, em Araçatuba, São
Paulo, Vera e seu filho Pero Petrovich, e transferidos para Curitiba.
Renato Michel ainda permanecia (ou permanece) foragido.
Em
14 de março de 2012, levados ao Tribunal do Júri, foram inocentados
“por falta de provas” a pedido do próprio Ministério Público.
Fonte:
Blog Isabela Oliveira Nardoni
Gabriela
Sou da Paz
Paraná
Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário