Constance
nasceu em Sidmouth, Devon, em 1844, filha de Mary Ann Kent e Samuel
Saville Kent, um inspetor de fábricas.
Entre
os dias 29 e 30 de junho de 1860, com 16 anos, Francis Saville Kent,
de 4 anos de idade, desapareceu de sua casa, na estrada Hill House,
na aldeia de Rode, em Wiltshire. Seu corpo foi encontrado no cofre de
uma dependência na propriedade. A criança ainda vestia seu pijama e
estava envolto em um cobertor, com ferimentos de faca no peito e nas
mãos; sua garganta foi cortada tão profundamente que o corpo estava
quase decapitado.
Inicialmente,
a babá foi acusada pelo crime, mas logo foi liberada e as suspeitas
do detetive Jack Whicher, da Scotland Yard, se direcionaram para a
meia-irmã do menino, Constance, de 16 anos. Presa em 16 de julho,
foi libertada posteriormente, sem julgamento. Sua família mudou-se
para Wrexham, no norte do País de Gales, e Constance foi enviada
para uma escola em Dinan, na França.
Cinco
anos depois, Constance foi acusada pelo assassinato, ao fazer uma
declaração confessando sua culpa a um clérigo anglo-católico, o
reverendo Arthur Wagner, para quem expressou sua vontade em se
entregar à justiça... no entanto, ele ressaltou que informações
adicionais seriam retidas por ele, devido ao “sigilo da confissão
sacramental”.
Os
detalhes consistiam em que Constance havia esperado até que a
família e os funcionários estivessem dormindo, foi até a sala de
visitas, abriu as persianas e janelas, levou a criança de seu quarto
enrolada em um cobertor, saiu da casa e matou a criança na privada
com uma navalha roubada de seu pai. Disse ter cometido o crime por
vingança... muito se especulou sobre a veracidade de sua confissão.
Alguns
especularam que seu pai, um conhecido adúltero, estava tendo um caso
com a babá e, em um acesso de raiva, matou a criança após um coito
interrompido... a mãe de Constance estava à beira da morte na época
e, posteriormente, o pai de Constance casou com Maria Drewe Pratt,
mãe de Francis, a criança assassinada.
A
autora Kate Summerscale, em seu livro “As suspeitas de Mr. Whicher”
(2008), conclui que a confissão de Constance era realmente falsa,
feita apenas para proteger outra pessoa, mas não seu pai, e sim seu
irmão, Willian Saville Kent, de quem era extremamente próxima. Na
época, Willian foi considerado suspeito, mas nunca conseguiram
provar nada... Kate afirma que Willian era cúmplice de Constance.
Constance
nunca desmentiu sua confissão, mesmo após a morte de seu pai e de
seu irmão, e manteve silêncio sobre o motivo do assassinato.
Insistia que não tinha ódio, nem ciúme de seu meio-irmão. Kate, a
escritora, acredita que o assassinato do menino ocorreu apenas para
que o pai voltasse suas atenções para os filhos do primeiro
casamento.
Constance
foi condenada à morte, o que foi comutada para prisão perpétua
devido sua idade na época e sua confissão. Passou durante 20 anos
por inúmeras penitenciárias, incluindo Millbank e foi liberta em
1885. No presídio, produziu mosaicos para várias igrejas, incluindo
o trabalho para a cripta da catedral de St. Paul.
Constance
emigrou para a Austrália no início de 1886 onde encontrou seu irmão
Willian, na Tasmânia, onde ele trabalhava como assessor do governo.
Mudou seu nome para Ruth Emilie Kaye, e trabalhou como enfermeira no
Hospital Alfred, em Melbourne, e no Hospital Costa, em Little Bay,
Sydney. Trabalhou ainda por 10 anos (1898-1909), na Escola Industrial
Parramatta para meninas; feita matrona da Pierce Memorial Nurses, lá
permaneceu de 1911 até 1932, morrendo em um hospital particular no
subúrbio de Sydney, com 100 anos, em 10 de abril de 1944, sendo
cremada no cemitério de Rookwood.
Fonte:
Murderpedia.org
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