Nascido
em Ome, Tóquio, em 1962, Tsutomu Miyazaki teve problemas desde seu
nascimento. Seu parto foi prematuro, ele nasceu com uma estranha
deformidade nas mãos, o que limitou seus movimentos nessa
parte do corpo. Por causa disso, Tsutomu era vítima de piadas dos
colegas de escola. Isso provavelmente o chocou bastante. Ele tomou
gosto pelo cinema, fazendo uma imensa coleção de fitas de filmes e
desenhos, sendo os seus favoritos os filmes de horror. Ele também
tomou gosto por histórias em quadrinhos (mangá, no Japão) e por
pornografia infantil.
Tsutomu
Miyazaki não é o que podemos chamar de serial killer prolífico.
Ele talvez tenha feito apenas 4 (quatro) vítimas entre os anos de
1988 e 1989. Porém seus crimes tinham ingredientes estarrecedores,
como a idade das vítimas: todas meninas de 4 a 7 anos, a necrofilia,
a mutilação, a ingestão de sangue e o canibalismo.
Na mídia
japonesa, o assassino ficou conhecido como “Otaku Assassino”,
“Assassino de Ninfas” e “Drácula”.
Em
Saitama, sequestrou uma menina de 4 anos e a estrangulou numa
floresta num subúrbio de Tóquio, em agosto de 1988. Em outubro do
mesmo ano fez a mesma coisa com uma menina de 7 anos. Em dezembro,
aproximou-se de outra menina de 4 anos, estrangulou-a num
estacionamento e abandonou seu corpo numa área florestal próxima.
Em junho de 1989, raptou uma menina de 5 anos, estrangulou-a em seu
carro. Depois mutilou seu corpo e abandonou as partes em áreas
florestais de Saitama e Tóquio.
Ainda em
janeiro de 1989, pais da criança desaparecida em agosto de 1988
encontram uma caixa de papelão na frente de sua residência e ficam
chocados ao perceber os ossos da vítima com várias fotos de seus
dentes, com mãos e pés amputados, além de suas roupas e uma
leitura de cartão postal com os dizeres “Mari. Cremada. Ossos.
Investigue. Prove”. A perícia confirmou que os ossos e cinzas eram
realmente da criança desaparecida, Mari Kono. Os pés e mãos de
Mari foram recuperados no armário de Tsutomo quando este foi preso.
Durante
esse onda de assassinatos, Miyazaki era considerado um bom
funcionário onde trabalhava durante o dia; depois do expediente,
porém, se dedicava à caça de novas vítimas. Outro detalhe
chocante, foi o fato de que Miyazaki enviou cartas para os familiares
das vítimas, descrevendo em detalhes como as meninas foram mortas.
Tais cartas vinham acompanhadas de uma caixinha contendo pó de ossos
humanos, ossos de suas vítimas, como o caso de Mari Konno. Em
seguida, cortou os pés e as mãos, guardando-os no armário até o
dia de sua prisão.
Em 23 de
julho de 1989, Tsutomu Miyazaki abusava sexualmente de uma menina em
um parque próximo a sua casa quando foi flagrado pelo pai da
criança. Ele fugiu nu e a pé, mas cometeu um erro que acabou de vez
com sua série de homicídios. Mais tarde, naquela noite, Tsutomu
voltou para buscar seu carro e acabou preso por policiais.
Durante
seu julgamento, ele permaneceu calmo e indiferente. Seus atos cruéis
alimentaram o pânico e trouxeram à tona debates sobre a violência
que os filmes de horror podem provocar em uma pessoa.
Quarto de Tsutomu |
Tsutomu
Miyazaki foi diagnosticado portador de múltiplas personalidade. Ele
foi considerado culpado e condenado à morte em 14 de abril de 1997.
Em 17 de junho de 2008, Tsutomu foi enforcado. Os detalhes sobre seu
canibalismo foram mantidos quase completamente em sigilo.
Aparentemente,
Tsutomu Miyazaki se inspirou no segundo e no quarto filme da série
Guinea Pig para cometer seus assassinatos. No segundo filme, um
japonês vestido de samurai sequestra e esquarteja uma jovem, tudo
muito explicitamente. No quarto filme, um pintor encontra uma sereia
dentro de um bueiro; ele a leva para casa, mas ela está debilitada
devido uma infecção. Ele, então, decide pintá-la antes que seja
tarde demais. Guinea Pig é uma série de curta-metragens
experimentais japonesa, cujos filmes (seis no total), na maioria das
vezes são extremamente sanguinolentos.
Após sua
condenação, o pai de Tsutomu Miyazaki cometeu suicídio.
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