sábado, 22 de fevereiro de 2014

ROBERTO AGOSTINHO PEUKERT



Nascido em 1967, venezuelano naturalizado brasileiro, ganhou notoriedade quando, na madrugada de 6 de janeiro de 1985, aos 18 anos, o estudante da 7ª série matou a tiros e facadas sua mãe, Karin Klaudia Peukert, 42 anos (operadora bilingue a multinacional ZF do Brasil); seu pai, Mário Agostinho Valente, 46 anos (desenhista da Mercedes-Benz) e seus três irmãos (Cristina, 16 anos, Paulo, 17 anos, e André, 8 anos), somente porque a mãe pediu que ele abaixasse o volume do rádio.

Primeiro, pegou o revólver do pai e deu um tiro no peito da mãe, que voltou para dormir; o pai acordou com o tiro e também foi atingido. Como não morreram, foi à cozinha, pegou uma faca de serra e um facão: deu três golpes no abdome da mãe e onze no pescoço do pai. O adolescente arrastou os cinco corpos pela casa, colocou no carro da família e dirigiu até uma rua perto do Cemitério de Congonhas, onde abandonou o veículo. Tudo aconteceu no sobrado da família, na Vila Santa Catarina, zona sul de São Paulo.

No dia 19 de agosto de 1987, às 20h37, Roberto foi condenado à 25 anos de prisão, mas considerado semi-imputável, submetido à internação no manicômio judiciário, de onde só poderia sair com escolta policial. Após passar anos na hoje extinta Casa de Detenção de São Paulo e na Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, uma das mais rígidas do país, Roberto foi transferido para o hospital de Franco da Rocha 1, onde vigora o regime fechado.

Em 1991, numa entrevista à Folha de São Paulo, Roberto afirmou: “Se insistirem muito em saber qual meu estado, diga que estou completamente maluco, vendo hipopótamos com asinhas”.

Em janeiro de 2008, foi transferido para a unidade 2, onde existe um regime de desinternação progressiva que sempre com avaliações psiquiátricas e autorização judicial, permite saída de internos, alguns podendo até sair sozinhos, o que não era o caso de Roberto.

No entanto, foi flagrado ao sair do manicômio, sem escolta, para passar o dia na casa da namorada, Neusa Maria Teixeira Rocha, funcionária do hospital psiquiátrico de Franco da Rocha 1, onde ele esteve internado até janeiro. Foi levado de carro até a casa dela por um agente prisional conhecido como Ocimar, que também é responsável pela guarita de entrada do hospital psiquiátrico, retornando a seu posto. Por volta das 11h ficou sozinho na casa, pois, sua namorada saiu com outras duas amigas para fazer compras no centro de Franco da Rocha e, ao voltar cerca de uma hora depois, foram recebidas por Roberto na garagem.

Laudos do psiquiatra Guido Palomba relatam que Roberto ainda tem uma estrutura psíquica frágil: “Como é inteligente, tem certa vivência, supõe-se que em eventual novo delito poderia agir de forma mais elaborada”, diz o laudo. O juiz Adjair de Andrade Cintra determinou, em janeiro de 2008, “que não seja autorizada a saída do sentenciado da colônia (hospital psiquiátrico), salvo acompanhado de funcionários do estabelecimento”.

A decisão baseia-se no fato de haver divergência nos laudos sobre o grau de periculosidade do sentenciado. Em entrevista, o preso negou qualquer irregularidade e admitiu que frequentemente tem passeado aos domingos... além de passear sem escolta, Roberto tem as chaves de várias salas do hospital, mantém um quarto exclusivo e é o único a usar um notebook para fazer trabalhos particulares para a empresa de um tio.

A saída sem escolta e outros privilégios concedidos à Roberto são investigados pela Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário de São Paulo.

Fonte: Mundo mau.blogspot
           Folha de São Paulo


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