Nascido
em 1967, venezuelano naturalizado brasileiro, ganhou notoriedade
quando, na madrugada de 6 de janeiro de 1985, aos 18 anos, o
estudante da 7ª série matou a tiros e facadas sua mãe, Karin
Klaudia Peukert, 42 anos (operadora bilingue a multinacional ZF do
Brasil); seu pai, Mário Agostinho Valente, 46 anos (desenhista da
Mercedes-Benz) e seus três irmãos (Cristina, 16 anos, Paulo, 17
anos, e André, 8 anos), somente porque a mãe pediu que ele
abaixasse o volume do rádio.
Primeiro,
pegou o revólver do pai e deu um tiro no peito da mãe, que voltou
para dormir; o pai acordou com o tiro e também foi atingido. Como
não morreram, foi à cozinha, pegou uma faca de serra e um facão:
deu três golpes no abdome da mãe e onze no pescoço do pai. O
adolescente arrastou os cinco corpos pela casa, colocou no carro da
família e dirigiu até uma rua perto do Cemitério de Congonhas,
onde abandonou o veículo. Tudo aconteceu no sobrado da família, na
Vila Santa Catarina, zona sul de São Paulo.
No
dia 19 de agosto de 1987, às 20h37, Roberto foi condenado à 25 anos
de prisão, mas considerado semi-imputável, submetido à internação
no manicômio judiciário, de onde só poderia sair com escolta
policial. Após passar anos na hoje extinta Casa de Detenção de São
Paulo e na Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, uma das mais
rígidas do país, Roberto foi transferido para o hospital de Franco
da Rocha 1, onde vigora o regime fechado.
Em
1991, numa entrevista à Folha de São Paulo, Roberto afirmou: “Se
insistirem muito em saber qual meu estado, diga que estou
completamente maluco, vendo hipopótamos com asinhas”.
Em
janeiro de 2008, foi transferido para a unidade 2, onde existe um
regime de desinternação progressiva que sempre com avaliações
psiquiátricas e autorização judicial, permite saída de internos,
alguns podendo até sair sozinhos, o que não era o caso de Roberto.
No
entanto, foi flagrado ao sair do manicômio, sem escolta, para passar
o dia na casa da namorada, Neusa Maria Teixeira Rocha, funcionária
do hospital psiquiátrico de Franco da Rocha 1, onde ele esteve
internado até janeiro. Foi levado de carro até a casa dela por um
agente prisional conhecido como Ocimar, que também é responsável
pela guarita de entrada do hospital psiquiátrico, retornando a seu
posto. Por volta das 11h ficou sozinho na casa, pois, sua namorada
saiu com outras duas amigas para fazer compras no centro de Franco da
Rocha e, ao voltar cerca de uma hora depois, foram recebidas por
Roberto na garagem.
Laudos
do psiquiatra Guido Palomba relatam que Roberto ainda tem uma
estrutura psíquica frágil: “Como é inteligente, tem certa
vivência, supõe-se que em eventual novo delito poderia agir de
forma mais elaborada”, diz o laudo. O juiz Adjair de Andrade Cintra
determinou, em janeiro de 2008, “que não seja autorizada a saída
do sentenciado da colônia (hospital psiquiátrico), salvo
acompanhado de funcionários do estabelecimento”.
A
decisão baseia-se no fato de haver divergência nos laudos sobre o
grau de periculosidade do sentenciado. Em entrevista, o preso negou
qualquer irregularidade e admitiu que frequentemente tem passeado aos
domingos... além de passear sem escolta, Roberto tem as chaves de
várias salas do hospital, mantém um quarto exclusivo e é o único
a usar um notebook para fazer trabalhos particulares para a empresa
de um tio.
A
saída sem escolta e outros privilégios concedidos à Roberto são
investigados pela Corregedoria Administrativa do Sistema
Penitenciário de São Paulo.
Fonte:
Mundo mau.blogspot
Folha
de São Paulo
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