No
dia 16 de dezembro de 2006, o adolescente de 14 anos, José Raimundo
Oliveira, saiu da casa de sua mãe de criação dizendo que ia
acessar a internet em uma lan house do bairro onde mora, no Guamá, e
depois voltaria para casa. Não voltou nem para casa de sua mãe de
criação e nem da mãe biológica, que chegou a ser hospitalizada
duas vezes desde o sumiço do menino. José faria aniversário no dia
20 de dezembro, quando encontraram seu corpo próximo do igarapé
Murucutu, em decomposição, sem cabeça, sem a genitália (arrancada
por um gargalo de garrafa), com cortes no pescoço e em outras partes
do corpo, sendo enterrado como indigente.
Em
março de 2007, ao fazerem novas investigações na mata onde os
corpos de Adriano e Ruan foram encontrados, peritos acharam chinelos
e uma bermuda que foram identificados positivamente pela família de
José Raimundo. Feita a exumação, o corpo foi identificado como de
José Raimundo no segundo semestre.
*
Curiosidade: no dia 18 de janeiro de 2007, Camilo Costa Barbosa, de
21 anos, foi preso acusado de extorquir a família de José, pedindo
2 mil reais para dar pistas do paradeiro do adolescente, se passando
por policial nas primeiras ligações à família e ameaçou a mãe
de criação de José dizendo que ia queimar o menino caso ela não
aparecesse no local combinado com o dinheiro.
No
dia 11 de janeiro de 2007, aproximadamente às 17h30min, foi
encontrado o corpo de Adriano Augusto Nogueira Martins, um dia após
seu desaparecimento, seminu e estrangulado por um corda de náilon.
Adriano saiu da casa dos pais por volta das 14h do dia 10 de janeiro,
para ir até à oficina eletrônica de seu tio Renato. Como este não
estava lá, foi para a lan house, onde permaneceu das 14h às 18h, na
avenida José Bonifácio, para participar de jogos de computador.
No
dia 22 de março de 2007, à tarde, foi encontrado o corpo de Ruan
Valente Sacramento, 14 anos (completaria 15 anos no dia 22 de abril),
desaparecido desde a manhã, após ter dito a sua irmã que ficaria
brincando em frente de casa. Por volta das 8h30min, a garota não
mais o viu e achou que ele tivesse ido à casa dos primos, que moram
ali perto. Às 11h ele deveria retornar para ir à escola, mas não
voltou.
As
três vítimas estudavam na Escola Estadual Ruth Rosita, frequentavam
a mesma lan house do bairro onde moravam e desapareceram nas mesmas
circunstâncias – ao dizerem que iriam até a lan house acessar a
internet. A polícia passou a desconfiar que o assassino tenha
entrado em contato com as vítimas através da internet quando
examinou as páginas que as vítimas mantinham no Orkut.
Apenas
fevereiro de 2008, ao cometer um erro, o “Monstro da Ceasa” foi
identificado: André Barboza, ex-militar, ao atacar o menor J. M., de
11 anos, após ter oferecido a este R$ 10 para que consertasse sua
bicicleta (de André), enquanto fazia compra na Central de
Abastecimento do Ceasa. Porém, escorregou na mata e a vítima
conseguiu fugir. André perdeu o celular na mata e o garoto, que
sofreu violência sexual, o reconheceu. Foi preso em sua casa, no
bairro Guamá, e confessou.
*
Curiosidade: J. M., com 17 anos, foi preso em 08 de setembro de 2011
na companhia de outro adolescente de 18 anos, Fabrício, por roubar
um aluno em frente a uma escola na Travessa Padre Eutíquio, portando
uma arma de brinquedo. Em relação ao episódio ocorrido há anos,
ele lembra o que aconteceu mas diz não recordar os detalhes – ou
não querer recordar...
André
Barboza morava perto das vítimas e era conhecido de suas famílias,
por isso a facilidade para atrai-las para a mata. Ele jogava com os
adolescentes nos computadores da lan house e conseguiu convencê-los
a sair de lá para a mata onde, ao chegar, aplicava-lhes golpes de
artes marciais, que aprendeu no Exército, para imobilizá-las. André
disse que ouvia “vozes” que o ordenavam a fazer aquilo e que
perdia os sentidos... ao voltar a si, já tinha cometido os crimes...
PERFIL
Nascido
no Guarujá, em São Paulo, é solteiro e desde os três meses de
idade morava com uma família adotiva no Pará. Não conheceu o pai e
teve pouco contato com a mãe verdadeira. Não completou o nível
médio mas serviu o Exército em 1999 onde aprendeu técnicas de
luta. Afirmou ter sofrido abusos sexuais entre seus 5 e 6 anos de
idade por um homem chamado Max, morador do bairro.
Seus
vizinhos declararam que ele era “um ótimo rapaz”...
Condenado
inicialmente à 106 anos, foi reduzido para 104 anos de reclusão
(pela atenuante da confissão), em 18 de novembro de 2008, pelo
Primeiro Tribunal do Júri da Capital, em Belém/PA, sua sentença
foi modificada em sede de Apelação, em 06 de outubro de 2011, para
86 anos de reclusão em regime inicialmente fechado.
Link
da sentença: http://sdrv.ms/14PQHW9
Link
da apelação: http://sdrv.ms/14PQGS5
Fonte:
Tribunal de Justiça do Estado do Pará
sites
de notícias – Portal ORM
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