segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

ANDRÉ BARBOZA, o "Monstro da Ceasa" - Belém/PA



No dia 16 de dezembro de 2006, o adolescente de 14 anos, José Raimundo Oliveira, saiu da casa de sua mãe de criação dizendo que ia acessar a internet em uma lan house do bairro onde mora, no Guamá, e depois voltaria para casa. Não voltou nem para casa de sua mãe de criação e nem da mãe biológica, que chegou a ser hospitalizada duas vezes desde o sumiço do menino. José faria aniversário no dia 20 de dezembro, quando encontraram seu corpo próximo do igarapé Murucutu, em decomposição, sem cabeça, sem a genitália (arrancada por um gargalo de garrafa), com cortes no pescoço e em outras partes do corpo, sendo enterrado como indigente.

Em março de 2007, ao fazerem novas investigações na mata onde os corpos de Adriano e Ruan foram encontrados, peritos acharam chinelos e uma bermuda que foram identificados positivamente pela família de José Raimundo. Feita a exumação, o corpo foi identificado como de José Raimundo no segundo semestre.

* Curiosidade: no dia 18 de janeiro de 2007, Camilo Costa Barbosa, de 21 anos, foi preso acusado de extorquir a família de José, pedindo 2 mil reais para dar pistas do paradeiro do adolescente, se passando por policial nas primeiras ligações à família e ameaçou a mãe de criação de José dizendo que ia queimar o menino caso ela não aparecesse no local combinado com o dinheiro.

No dia 11 de janeiro de 2007, aproximadamente às 17h30min, foi encontrado o corpo de Adriano Augusto Nogueira Martins, um dia após seu desaparecimento, seminu e estrangulado por um corda de náilon. Adriano saiu da casa dos pais por volta das 14h do dia 10 de janeiro, para ir até à oficina eletrônica de seu tio Renato. Como este não estava lá, foi para a lan house, onde permaneceu das 14h às 18h, na avenida José Bonifácio, para participar de jogos de computador.

No dia 22 de março de 2007, à tarde, foi encontrado o corpo de Ruan Valente Sacramento, 14 anos (completaria 15 anos no dia 22 de abril), desaparecido desde a manhã, após ter dito a sua irmã que ficaria brincando em frente de casa. Por volta das 8h30min, a garota não mais o viu e achou que ele tivesse ido à casa dos primos, que moram ali perto. Às 11h ele deveria retornar para ir à escola, mas não voltou.

As três vítimas estudavam na Escola Estadual Ruth Rosita, frequentavam a mesma lan house do bairro onde moravam e desapareceram nas mesmas circunstâncias – ao dizerem que iriam até a lan house acessar a internet. A polícia passou a desconfiar que o assassino tenha entrado em contato com as vítimas através da internet quando examinou as páginas que as vítimas mantinham no Orkut.

Apenas fevereiro de 2008, ao cometer um erro, o “Monstro da Ceasa” foi identificado: André Barboza, ex-militar, ao atacar o menor J. M., de 11 anos, após ter oferecido a este R$ 10 para que consertasse sua bicicleta (de André), enquanto fazia compra na Central de Abastecimento do Ceasa. Porém, escorregou na mata e a vítima conseguiu fugir. André perdeu o celular na mata e o garoto, que sofreu violência sexual, o reconheceu. Foi preso em sua casa, no bairro Guamá, e confessou.



* Curiosidade: J. M., com 17 anos, foi preso em 08 de setembro de 2011 na companhia de outro adolescente de 18 anos, Fabrício, por roubar um aluno em frente a uma escola na Travessa Padre Eutíquio, portando uma arma de brinquedo. Em relação ao episódio ocorrido há anos, ele lembra o que aconteceu mas diz não recordar os detalhes – ou não querer recordar...

André Barboza morava perto das vítimas e era conhecido de suas famílias, por isso a facilidade para atrai-las para a mata. Ele jogava com os adolescentes nos computadores da lan house e conseguiu convencê-los a sair de lá para a mata onde, ao chegar, aplicava-lhes golpes de artes marciais, que aprendeu no Exército, para imobilizá-las. André disse que ouvia “vozes” que o ordenavam a fazer aquilo e que perdia os sentidos... ao voltar a si, já tinha cometido os crimes...


PERFIL

Nascido no Guarujá, em São Paulo, é solteiro e desde os três meses de idade morava com uma família adotiva no Pará. Não conheceu o pai e teve pouco contato com a mãe verdadeira. Não completou o nível médio mas serviu o Exército em 1999 onde aprendeu técnicas de luta. Afirmou ter sofrido abusos sexuais entre seus 5 e 6 anos de idade por um homem chamado Max, morador do bairro.

Seus vizinhos declararam que ele era “um ótimo rapaz”...

Condenado inicialmente à 106 anos, foi reduzido para 104 anos de reclusão (pela atenuante da confissão), em 18 de novembro de 2008, pelo Primeiro Tribunal do Júri da Capital, em Belém/PA, sua sentença foi modificada em sede de Apelação, em 06 de outubro de 2011, para 86 anos de reclusão em regime inicialmente fechado.

Link da sentença: http://sdrv.ms/14PQHW9
Link da apelação: http://sdrv.ms/14PQGS5

Link fotos vítimas: http://sdrv.ms/14PQEJU

Fonte: Tribunal de Justiça do Estado do Pará
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