No
dia 5 de maio de 1993 três meninos de oito anos de idade – Steve
Branch, Michael Moore e Christopher Byers – foram considerados
desaparecidos.
Foram
vistos juntos pela última vez por vizinhos, por volta das 18h30,
quando viram também o padrasto de Steve, Terry Hobbs, chamando-os de
volta para casa; aproximadamente às 19h o pai adotivo de Christopher
fez o primeiro relato à polícia. Na mesma noite deram início às
buscas – policiais, amigos e vizinhos – porém, com maior afinco
a partir das 8h do dia seguinte (06 de maio), liderados por uma
equipe de busca e salvamento pessoal da área.
O
foco principal das buscas era Robin Hood Hills, local onde os meninos
foram vistos pela última vez... por volta das 13h45, avistaram um
sapato preto de menino flutuando em um riacho lamacento que se
direciona a um grande canal de drenagem. Posteriormente, buscas nesta
vala revelaram os corpos dos três meninos: estavam nus, amarrados
com seus próprios cadarços (tornozelos amarrados para trás com os
braços), roupas encontradas no riacho e viradas pelo avesso e as
cuecas de dois dos meninos nunca foram recuperadas.
Christopher
Byers tinha lacerações em várias partes do corpo, além de
mutilação no pênis e escroto. Segundo as autópsias, Byers morreu
de múltiplos ferimentos, enquanto Moore e Branch, além de
ferimentos, morreram afogados.
Inicialmente,
suspeitava-se de que os meninos tivessem sido violentados, devido a
quantidade de esperma encontrado em um par de calças recuperados na
cena do crime. Especialistas afirmam que as feridas de Byers foram
resultado de um ataque de faca e que ele tenha sido propositadamente
castrado pelo assassino... a defesa, no entanto, argumenta que as
lesões eram resultado da ação de animais predadores.
Byers
era a única vítima com drogas em seu organismo... em janeiro de
1993 lhe foi prescrito Ritalina, como parte de seu tratamento devido
a déficit de atenção e hiperatividade. Apesar disso, a droga
encontrada em Byers era a Carbamazepina e, segundo o pai do menino,
Byers não poderia ter tomado este medicamento no dia 5 de maio.
Em
1994 foi erguido um memorial em homenagem aos três meninos,
localizado no parque da Weaver Elementary School, em West Memphis,
escola onde os três estudavam. Em maio de 2013, no 20º aniversário
dos assassinatos, levantaram fundos para a remodelação do memorial.
OS
ASSASSINOS
Quando
foram detidos, Jessie Misskelley tinha 17 anos, Jason Baldwin tinha
16 anos e Damien Echols 18 anos de idade.
A
polícia começou a perceber que o crime tinha relação com algum
“culto” e que Damien Echols poderia ser um suspeito devido a seu
interesse por ocultismo... ao ser entrevistado, negou qualquer
envolvimento, embora o polígrafo identificasse o contrário. Em
outra entrevista, Echols mencionou que uma das vítimas teve
ferimentos nos órgãos genitais – o que não tinha sido noticiado
ao público. Passaram, no entanto, a interrogar Echols com maior
frequência, mas não admitiam que ele fosse um suspeito, mas sim uma
fonte de informação.
Em
3 de junho, interrogaram Jessie Misskelley, sem a presença de seus
pais... interrogado por cerca de 12 horas onde confessou e,
posteriormente, desmentiu alegando intimidação, coerção, fadiga e
ameaças veladas. Menor de idade, embora informado de seus direitos,
alegou posteriormente que não entendeu plenamente; porém, o Supremo
Tribunal de Arkansas determinou que a confissão de Misskelley era
voluntária e que ele havia, de fato, compreendido a informação.
Após a confissão de Misskelley, a polícia prendeu Echols e
Baldwin.
Baldwin
e Echols já tinham sido presos, respectivamente, por vandalismo e
roubo, e Misskelley tinha a reputação de promover arruaças e
brigas com outros adolescentes na escola.... este e Echols saíram da
escola enquanto Baldwin possuía notas altas e demonstrava um talento
para desenho, sendo incentivado por seus professores a estudar
designer gráfico na faculdade.
Echols
e Baldwin eram muito amigos, tinham os mesmos gostos por música,
ficção e uma grande aversão pelos costumes religiosos de West
Memphis. Conheciam Misskelley, mas não eram amigos. A família
Echols era humilde e recebia visitas frequentes de assistentes
sociais... o rapaz fugiu com a namorada e invadiram um trailer
durante uma tempestade sendo, posteriormente, acusados de roubo. Em
outra ocasião, a polícia foi notificada de que Echols planejava ter
um filho e sacrificar a criança, e que outra vez perseguiu uma
criança com um machado, porém, só admitiu ter tentado remover o
globo ocular de um colega de classe e ter sugado o sangue de braço
de outro rapaz. Diagnosticado como deprimido e suicida, prescreveram
para Echols o antidepressivo imipramina. Passou vários meses em uma
instituição mental em Arkansas, recebendo posteriormente o status
de “totalmente incapaz” pela Administração da Segurança
Social.
Em
seu julgamento, o psicólogo de Echols relatou que este disse ter
recebido super poderes após beber sangue humano. Recebeu pena de
morte.
Misskelley
foi julgado separadamente, pois, de acordo com a regra de Bruton, sua
confissão não poderia ser admitida contra seus co-réus. Echols e
Baldwin foram julgados em 1994. Todos se declararam inocentes.
A
defesa de Misskelley alegou que sua confissão era, em muitos
aspectos, incompatíveis com a cena do crime, seus elementos e
vítimas, como quando disse ter assistido ao estupro de um dos
meninos.. isso porque a polícia suspeitou de que os meninos tivessem
sido violentados, pois, seus ânus estavam dilatados... mas, segundo
a defesa, não havia evidência forense de estupro e dilatação do
ânus é uma condição normal post-mortem.
Em
5 de fevereiro de 1994, Misskelley foi condenado por uma acusação
de assassinato em primeiro grau e duas acusações de assassinato em
segundo grau. Condenado a mais de 40 anos de prisão, teve sua
condenação confirmada pelo Supremo Tribunal de Arkansas em grau de
recurso.
Em
19 de março de 1994, Echols e Baldwin foram considerados culpados
por três acusações de assassinato sendo, respectivamente, pena de
morte e prisão perpétua.
Em
julho de 2007, uma nova evidência forense foi apresentada no caso e,
no dia 29 de outubro de 2007, a defesa ingressou com recurso
apresentando essas novas provas que, recolhidas na cena do crime, o
referido material genético não poderia ser associado a nenhum dos
acusados.
Em
2010, o Supremo Tribunal de Arkansas decidiu sobre as provas de DNA e
o trio obteve um acordo com a promotoria: em 19 de agosto de 2011
seus argumentos foram aceitos – apesar de a promotoria ter provas
suficientes para condená-los – e suas penas foram convertidas a
prestação de serviços... liberados após 10 anos, ficaram apenas
18 anos e 78 dias na prisão.
Fonte:
Murderpedia.org
Wikipedia.org