Nascido
em Pocahontas, Idaho, no ano de 1940, Hansen era filho de um
imigrante dinamarquês e seguiu os passos de seu pai como padeiro. Em
sua juventude, Hansen era magro, tímido, aflito com uma gagueira e
um caso grave de acne o deixava permanentemente assustado (nos anos
posteriores, ele se lembraria de seu rosto como “uma grande
espinha”). Marginalizado pelas meninas atraentes da escola, ele
cresceu odiando-as e alimentando fantasias cruéis.
Hansen
casou em 1961 e divorciou-se ainda naquele ano, seguindo-se à sua
primeira prisão sob a acusação de incêndio criminoso. Seis anos
depois, ele se casou com outra nativa de Pocahontas e foi morar em
Anchorage, no Alasca, onde abriu sua própria padaria, seguramente
sem suas memórias dolorosas da infância e adolescência. Hansen
recebeu lições de voo e comprou um avião, ganhando a reputação
de caçador de carneiros, lobos e ursos com um rifle ou
arco-e-flecha.
Em
1972, Hansen foi preso duas vezes acusado de rapto e tentativa de
estupro de uma dona-de-casa (que escapou de suas garras) e do estupro
de uma prostituta (que não o quis). Cumprindo menos de seis meses em
uma acusação reduzida, ele foi novamente pego por roubar uma serra
em uma loja em 1976. Condenado por furto, foi sentenciado a 5 anos de
prisão, mas o veredicto foi alterado na apelação porque a Corte
Suprema do Alasca considerou sua sentença “muito severa”.
Desconhecido
pelas autoridades locais, a atividade visível de Hansen era apenas a
ponta do verdadeiro iceberg. De acordo com sua confissão, Hansen
caçava insistentemente mulheres, no período entre 1973 e 1983,
quando matou 17 e estuprou mais 30, que sobreviveram. Como objetivo,
ele selecionava prostitutas, strippers e similares,
transportando-as de avião para a parte mais selvagem fora de
Anchorage, onde elas eram forçadas a atuar de acordo com as
fantasias particulares de Hansen. “Se elas fizessem o que eu
queria, poderiam voltar à cidade. Eu dizia a elas que, se me
causassem qualquer problema, eu as colocaria na prisão por serem
prostitutas”.
A
resistência – ou exigências por pagamento após o ato sexual –
resultou em várias vítimas sendo assassinadas, algumas vezes com
toques demoníacos de Hansen, deixando-as nuas e caçando como
animais, matando-as com faca de caça ou seu rifle favorito de caça
de grande porte.
A
primeira indicação de um assassino à solta veio em 1980, quando os
trabalhadores de construção desenterraram os restos de uma mulher
perto da estrada de Eklutna. Apunhalada até a morte em 1979, ela
nunca foi identificada e foi apelidada “Annie de Eklutna” pela
polícia designada para trabalhar no caso. Mais tarde, naquele ano, o
corpo de Joanne Messina foi encontrado em um poço de pedregulho
próximo a Seward, e uma força-tarefa especial foi organizada par
investigar os assassinatos.
A
dançarina de topless Sherry Morrow estava morta havia dez meses
quando os caçadores encontraram seu corpo em uma cova rasa ao lado
do Rio Knik, mas a descoberta não levou as autoridades mais perto de
uma solução para o caso.
Em
1983, Hansen decidiu poupar tempo e energia trazendo suas vítimas
para casa. Chamou isso de seu “projeto de verão” e fez o
trabalho base enviando sua esposa e duas crianças para umas férias
na Europa. Em seguida, ele começou a colocar anúncios em um jornal
local para solteiros, procurando mulheres para “unir-se para
encontrar o que existe depois da próxima cerca, depois da próxima
montanha”.
Em
13 de junho de 1983, uma cativa de 17 anos, Cindy Paulson, escapou de
Hansen a caminho do hangar do avião, as algemas ainda pendendo de um
pulso, quando ela correu pedindo ajuda. Suas acusações atraíram a
atenção dos detetives da força-tarefa para Hansen e ele,
finalmente, confessou uma série de 17 assassinatos, incluindo o de
Paula Goulding, encontrada pelos caçadores em setembro de 1983. Em
um passeio de avião pela parte selvagem, Hansen começou a apontar
as covas para as tropas estaduais e eles recuperaram 11 corpos nos 8
meses seguintes. Diversas vítimas permaneceram anônimas, seus nomes
eram desconhecidos mesmo para Hansen, mas outras foram identificadas,
como Rox Easland, Lisa Futrell, Andréa Altiery, Angela Fedder,
Teresa Watson e Delynn Frey – todas desaparecidas na área de
Anchorage durante o reino de terror de Hansen.
Em
18 de fevereiro de 1984, Robert admitiu a culpa em quatro acusações
de homicídio doloso nos casos de Annie “Eklutna”, Joanne
Messina, Sherry Morrow e Paula Goulding. As acusações foram
desconsideradas em outros casos, mas isso quase não importava, pois,
Hansen foi sentenciado à prisão perpétua e mais 461 anos.
Fonte:
A Enciclopédia de SerialKillers, de Michael Newton
Murderpedia