Nome
Completo: Albert Hamilton Fish
Sexo:
Masculino
Data
de Nascimento: 19 de maio de 1870
Local
de nascimento: Washington- EUA
Número
de vítimas: 5+
Motivo:
Sexual/Sádico
Data
da Morte: 16 de janeiro de 1936
Como
morreu: Executado na cadeira elétrica
HISTÓRIA
Albert
Fish nasceu em Washington no dia 19 de maio de 1870. Seu pai tinha 43
anos a mais que sua mãe e pelo menos sete membros de sua família
tiveram graves doenças mentais em duas gerações que precederam o
nascimento de Fish. Fish tinha 5 anos quando seu pai morreu de ataque
cardíaco e sua mãe o colocou em um orfanato. No orfanato ele era
frequentemente agredido, descobriu que gostava da dor física e
começou a ter ereções quando era agredido, o que o influenciou a
gostar do sadomasoquismo. Aos 7 anos sua mãe o tirou do orfanato
porque havia conseguido um emprego.
Aos
9 anos Fish caiu de uma cerejeira e machucou seriamente a cabeça, o
que mais tarde causaria dores de cabeça e pequenos problemas
mentais.
Em
1882, aos 12 anos, Fish começou uma relação homossexual com um
rapaz que trabalhava no telégrafo, que o incentivou a beber urina e
praticar coprofagia. Fish começou a visitar casas de banho públicas
onde observava rapazes se despindo e ali passava grande parte de seus
fins de semana.
Em
1889 sua mãe arranjou-lhe um casamento com uma mulher nove anos mais
nova. Eles tiveram seis filhos: Albert, Anna, Gertrude, Eugene, John
e Henry.
Um
ano depois do casamento eles mudaram-se para Nova York, onde Fish
começou a ter relações homossexuais sadomasoquistas. Em Nova York
ele começou a estrupar crianças e a participar de “atividades
bizarras”. Fish começou a trabalhar como pintor e continuava a
molestar rapazes, a maioria com menos de seis anos. Um dia, um de
seus amantes levou-o a um museu de cera, onde Fish ficou fascinado
com a bissetriz de um pênis. Pouco depois desenvolveu um interesse
mórbido por castração. Durante uma relação com um homem
mentalmente retardado, Fish tentou castrá-lo, mas o homem
assustou-se e fugiu.
Em
janeiro de 1917, sua mulher fugiu com um aluno interno chamado John
Straube. Depois disso Fish começou a ovir vozes. Sua mulher voltou
uma vez, trazendo Straube junto, e Fish aceitou-a com a condição de
mandar seu amante embora. Mais tarde, ele descobriu que sua esposa
estava mantendo Straube no sotão e ela partiu após uma discussão
tempestuosa para nunca mais voltar.
Depois
da partida de sua esposa Fish mudou muito seu comportamento.
Aparentemente sujeito a alucinações, ele balançava seu punho em
direção ao céu e gritava “Sou Cristo!”. Obcecado com pecado,
sacrificio e reparação pela dor, Fish encorajou seus filhos e seus
amigos a espancá-lo até sua nádegas sangrarem. Por conta própria
ele inseria diversas agulhas em sua virilha, perdendo algumas de
vista. (um raio-x na prisão revelou 29 agulhas inseridas em sua
região pélvica, algumas corroídas pelo tempo, como meros
fragmentos.). Em outras ocasiões, Fish embebia bolas de algodão em
álcool, inseria-as em seu ânus e colocava fogo.
Embora
nunca tivesse se divorciado de sua primeira esposa, Fish casou-se
mais três vezes, usufruindo de uma vida sexual que os psiquiatras do
tribunal descreveriam como uma das “perversidades sem
paralelo.”
OS FATOS
Em
1928 Albert Hamilton Fish sentia o coração acelerar ao ler o
anúncio de jornal que tinha nas mãos. Tratava-se de um jovem,
Edward Budd, oferecendo seus serviços. Era a oportunidade que
esperava para agir novamente. Fazia anos que escolhia as crianças e
os jovens que levaria com ele, em cada um dos 23 estados americanos
em que havia morado. Sua aparência o ajudava bastante, pois,
grisalho desde jovem, era sempre tomado por um senhor de certa idade,
incapaz de alguma maldade. Era o engano que todos cometiam.
Sem
perder tempo, contatou o orgulhoso pai do rapaz que colocara o
anúncio e marcaram um encontro para uma entrevista. Usou o
pseudônimo de Frank Howard e se apresentou como fazendeiro, sem
levantar nenhuma suspeita sobre suas reais intenções.
Mal
se conteve até o dia marcado para conhecer o “futuro empregado”.
Entrevistou Edward e mais um colega, Willy, e sem perder tempo
contratou logo os dois para trabalharem para ele. Viria buscá-los no
fim de semana, quando os garotos já estariam de malas prontas.
No
domingo, elegante e tranquilo, foi até o endereço da família Budd
cumprir o combinado. Como homem educado que era, levou para a dona da
casa um pote de queijo e morangos, conquistando a confiança da mãe
do rapaz, Delia Budd. O pai do rapaz, Albert, explodia de orgulho
pelo fato de Edward ter procurado emprego para ajudar a família a
melhorar de vida. Agora o filho trabalharia ajudando aquele alinhado
e frágil senhor a cuidar de suas galinhas e vacas leiteiras,
engrossando o parco dinheiro do sustento com dignidade e segurança.
Ninguém duvidou de que alguém com aquela aparência realmente
precisasse de auxílio nos trabalhos pesados que envolviam seus
negócios. Ninguém percebeu que o garboroso velhinho não conseguia
tirar os olhos da caçula da família, Grace Budd, uma menina de
apenas 10 anos. Como que tomado por uma paixão súbita, o frágil
senhor mudou drasticamente seus planos.
Sem
que ninguém imaginasse suas verdadeiras intenções, o novo patrão
de Edward Budd contou para Albert e Delia que tinha de ir ao
aniversário de uma sobrinha antes de levar seus novos empregados
para a fazenda. Assim, com displicência, convidou a linda menina
para acompanhá-lo a festa. Seria divertido para Grace, e ela seria
ótima companhia para sua sobrinha. Os pais da menina titubearam. Ele
poderia dizer onde era a festa? Claro que sim, respondeu Howard,
escrevendo o endereço em um pedaço de papel. Sem argumentos para
fazer tal descortesia ao novo patrão de seu filho, assistiram quase
impotentes enquanto o distinto senhor pegava Grace pela mão e saía
pela porta.
Horas
depois, já desesperados com o sumiço da filha, chamaram a polícia,
que informou à família que o endereço da festa era falso. Nunca
mais veriam a menina.
Sem
perder tempo, Fish levou a pequena Grace para uma viagem de trem e
desceu na estação de Worthington. Excitado ao rever os planos
macabros que tinha em mente para ela, quase se esqueceu, no assento
em que vieram sentados, da maleta com todos os instrumentos que
comprara para castrar Edward e Willy, suas vítimas iniciais.
Sorrindo para a menina que o havia lembrado de levar seus pertences,
rumou em direção a uma casa vazia em Westchester chamada de
Wisteria Cottage, lugar previamente escolhido por ele para colocar em
prática seus desejos perversos.
Grace
não desconfiou de nada. Ficou no quintal, como o Sr. Howard mandou,
colhendo flores. Enquanto a menina se distraía, Fish foi para o
quarto no andar superior com suas facas de corte afiado. Experiente,
tirou as próprias roupas para não sujá-las de sangue, acenou para
Grace da janela, fazendo sinal para que subisse, e se escondeu no
armário até que ela adentrasse o quarto o suficiente para que ele a
atacasse.
À esquerda, vista aérea da casa de Albert; à direita, investigadores inspecionam provas do crime.
A
garotinha gritou, chutou e arranhou seu agressor, sem sucesso,
enquanto ele arrancava suas roupas e a asfixiava. Não teve a menor
chance, o velhinho não era tão fraco quanto aparentava.
A CARTA E A INVESTIGAÇÃO
Seis
anos depois de Grace Budd desaparecer, o caso ainda estava aberto,
mas ninguém mais esperava que ela fosse encontrada, nem mesmo seu
raptor, Apenas um homem, o detetive William F. King, continuava a
trabalhar incansavelmente. De vez em quando, em conjunto com o
jornalista Walter Winchell, plantava uma notícia falsa sobre o
andamento das investigações no jornal para que o assunto
continuasse em pauta, numa frágil tentativa de não deixar o caso
cair no esquecimento. Assim foi veiculada a notícia, em novembro, de
que em breve surpresas seriam reveladas pelo Departamento de Pessoas
Desaparecidas.
Dez
dias depois, Delia Budd, mãe de Grace, recebeu uma carta. Por sorte
e por causa do seu analfabetismo, entregou-a sem ler ao filho, Edward
Budd. O rapaz completamente chocado e perturbado com o conteúdo da
leitura, apressou-se em entregar a carta ao detetive King. O conteúdo
da carta era o seguinte:
"Minha
querida sra. Budd,
Em
1884 um amigo meu embarcou como trabalhador braçal de convés no
navio Steamer Tacoma, o capitão John Davis. Eles velejaram de San
Francisco para Hong Kong, na China. Quando chegaram lá, ele e dois
outros foram para terra e ficaram bêbados. Quando voltaram, o navio
tinha ido embora. Aqueles eram tempos de fome na China. Carne de
qualquer tipo custava de 1 a 3 dólares a libra. Tão grande era o
sofrimento entre os muito pobres que todas as crianças com menos de
12 anos foram vendidas como comida, para manter os outros não
famintos. Um menino ou menina de menos de 14 anos não estava seguro
nas ruas. Você poderia ir a qualquer loja e pedir um bife, cortes de
carne ou picadinho. Do corpo nu de um menino ou menina seria trazida
exatamente a parte desejada por você, que seria cortada dele.
A
parte de trás de meninos ou meninas é a mais doce parte do corpo e
era vendida como costela de vitela, no preço mais alto.
John
ficou lá tanto tempo que adquiriu gosto por carne humana. Quando
voltou para Nova York, ele roubou dois meninos de 7 e 11 anos.
Levou-os para sua casa, tirou a roupa dos dois e os amarrou nus no
armário. Então queimou tudo deles. Inúmeras vezes, todo dia e
noite, ele os espancou e os torturou para fazer com que sua carne
ficasse boa e tenra.
Primeiro
ele matou o menino de 11 anos, porque ele tinha a bunda mais gorda e,
é claro, mais carne nela. Cada parte do corpo foi cozida e comida,
exceto a cabeça, os ossos e as tripas. Ele foi assado no forno (todo
o seu lombo), fervido, grelhado, frito e refogado. O menino pequeno
era o próximo, e tudo aconteceu da mesma maneira. Nessa época, eu
estava morando no 409 na 100 Street, perto do lado direito. Ele me
falou com tanta frequencia como a carne humana era gostosa, que eu
decidi prová-la.
No
domingo 3 de junho de 1928 telefonei para vocês no 406 w 15 st.
Trouxe-lhes um pote de queijo e morangos. Nós almoçamos. Grace
sentou no meu colo e me beijou. Eu me convenci a comê-la (naquele
momento), com a desculpa de levá-la a uma festa. Você disse sim,
ela poderia ir a festa comigo. Eu a levei a uma casa vazia em
Westchester que já tinha escolhido. Quando chegamos lá, disse a ela
para ficar no quintal. Grace colheu flores selvagens. Eu subi as
escadas e tirei toda a minha roupa. Sabia que, se não o fizesse,
ficaria com o sangue dela nas roupas. Quando eu estava pronto, fui
até a janela e a chamei. Então me escondi no armário até a menina
entrar no quarto. Quando ela me viu completamente nu, começou a
chorar e tentou correr escadas abaixo. Eu a agarrei e ela disse que
ia contar para a mãe dela.
Tirei
a roupa de Grace, deixando-a nua. Como ela chutou, mordeu e arranhou!
Eu a asfixiei até a morte, então a cortei em pequenos pedaços para
poder levar a carne para meus aposentos. Cozinhei e comi aquilo. Como
era doce e tenro seu pequeno lombo assado no forno. Levei nove dias
para comer seu corpo inteiro. Eu não fodi a menina, embora pudesse
tê-lo feito, se tivesse desejado. Grace morreu uma
virgem."
Ninguém
quis acreditar que aquela carta era verdadeira. Todos ficaram
chocados com a descrição fria de uma mente perversa, narrando o
assassinato da pequena Grace com tantos detalhes. Como se não
bastasse, o assassino abominável ainda enviou a receita que utilizou
para canibalizar a vítima, relatando seus inimagináveis atos à mãe
dela. Essa pessoa não podia ser normal.
Dotado
de uma postura extremamente profissional, apesar do horror com que
leu aquelas palavras, o detetive King se ateve a detalhes relatados
na carta que só podiam ser do conhecimento do próprio assassino.
Era fato que Frank Howard levara queijo e morangos na visita que
fizera aos Budd, a carroça na qual havia comprado foi inclusive
localizada pela polícia e ficava no East Harlem, o que direcionou as
investigações para aquele bairro.
A
caligrafia da carta endereçada a Delia Budd também foi comparada à
resposta ao anúncio colocado no jornal por Edward, irmão de Grace,
em 1928. O tal Frank Howard, seis anos antes, respondera ao jornal
Wester Union, e com certeza se tratava da caligrafia da mesma
pessoa.
O
envelope que continha a carta também foi examinado como evidência.
Ali foi encontrada uma pista crucial: um pequeno emblema hexagonal
com as letras N.Y.P.C.B.A., que pertenciam à New York Private
Chauffeur’s Benevolent Association (Associação Beneficiente de
Motoristas Particulares de Nova York). Com a cooperação do
presidente da associação, uma reunião de emergência convocou
todos os membros, e a caligrafia deles foi examinada e comparada.
Como nenhuma delas combinou positivamente com a do assassino, o
detetive King contou a todos a história do crime contra Grace e
pediu aos presentes que se alguém tivesse levado da associação
algum papel de carta ou envelope timbrado e dado para outra pessoa,
que, por favor, se apresentasse e relatasse a polícia o acontecido.
Um jovem porteiro admitiu que pegara duas folhas e alguns envelopes e
levara para casa. Ao interrogar a senhoria da pensão onde ele
morava, a polícia descreveu o suspeito Frank Howard. A expressão de
surpresa da senhoria não deixava dúvidas de que ela sabia de quem
se tratava: era a exata descrição do homem idoso que morara ali por
dois meses e tinha saído da pensão havia apenas dois dias.
O
inquilino chamava-se Albert H. Fish. A senhoria mencionou que ele
pedira que guardasse a carta que seu filho mandaria para ele de onde
trabalhava, Civilian Conservations Corps, na Carolina do Norte. O
filho mandava dinheiro com regularidade para o seu velho pai.
Finalmente, dias depois, o correio avisou a polícia, que deteve uma
carta para Albert Fish. Depois de a carta chegar, nada de ele
aparecer. O detetive King estava ficando preocupado, pois poderia ter
afugentado o assassino. Por que Fish não mais contatou sua
senhoria?
PRISÃO E NOVAS DESCOBERTAS
No
dia 13 de dezembro de 1934, a senhoria telefonou para o detetive King
dizendo que o antigo hóspede estava na pensão procurando pela
carta.
O
velho homem estava sentado tomando uma xícara de chá quando a
polícia chegou. Fish ficou de pé e, quando questionado, confirmou
para King quem era. De repente, enfiou a mão no bolso e tirou uma
lâmina de barbear. Sem perder tempo e já furioso, King agarrou a
mão do velho e torceu-a rapidamente.
-
Agora eu te peguei! – disse triunfante.
Vários
homens da lei e psiquiatras acompanharam as confissões de Albert
Fish. Elas foram censuradas com severidade para a imprensa por causa
de seu conteúdo chocante.
O
que aconteceu na casa de Wisteria Cottage foi o descrito por Albert
Fish na carta para a Sra. Budd. Ao retornar ao local do crime com a
polícia para o resgate dos restos mortais da menina, Albert, sem
nenhum traço de emoção, observou o trabalho dos policiais,
impassível.
Budd
pai e filho foram levados à polícia para identificar Fish como
sendo a mesma pessoa que denominava-se Frank Howard. Apesar do
descontrole dos dois, Fish não se alterou. Aquele estava longe de
ser seu único crime.
A
ficha criminal de Fish não era nada pequena. Desde 1903 havia
registros de prisões por furto, envio de cartas obscenas, crimes de
baixo poder ofensivo. Ele estivera internado em instituições
mentais mais de uma vez.
Durante
o tempo em que toda a burocracia legal se realizava, houve uma
surpresa no caso: um maquinista que viu a foto do acusado no jornal
veio até a delegacia reconhecê-lo como o homem visto por ele
tentando calar o menino Billy Gaffney, em fevereiro de 1927. No pátio
de um prédio em Nova York, dois meninos, ambos chamados Billy, 3 e 4
anos, brincavam tranquilamente aos cuidados de um vizinho de 12 anos.
Quando a irmã caçula do vizinho acordou chorando em seu berço, ele
entrou em casa para atendê-la. Ao retornar ao pátio, os dois Billy
não estavam mais lá. O vizinho desesperado, foi chamar o pai do
Billy mais novo, que começou uma frenética busca pelo prédio. Só
encontraram o Billy mais novo, no terraço da cobertura. Quando o pai
perguntou a ele onde estava seu amiguinho Billy Gaffney, ele
respondeu: “O bicho-papão pegou ele!”.
Ninguém
ligou muito para o que disse a testemunha de 3 anos de idade,
considerando se aquele relato era apenas fantasia. Iniciaram uma
busca nas vizinhanças, imaginando que o garotinho havia entrado em
alguma fábrica do bairro ou caído no canal Gowanus, que se
localizava nas cercanias do prédio, mas as buscas não deram em
nada. Por fim, um policial resolveu ouvir a descrição da testemunha
de 3 anos sobre o tal bicho-papão: era magro e velho, com cabelo e
bigode acinzentados. Apesar da clara descrição, os policiais não
conectaram este caso ao do “homem grisalho”, acontecido alguns
anos antes.
Em
julho de 1924, o garoto Francis McDonnell, 8 anos, brincava com seus
amigos em frente a sua casa em Staten Island. A mãe, que sempre
pajeava o filho, viu algumas vezes um homem velho, de cabelos e
bigode grisalhos, observando os garotos que brincavam. Certa tarde o
velho chamou Francis, que se afastou com ele, enquanto os outros
meninos continuaram a jogar bola. Um vizinho distante diria depois
que viu os dois entrando em um matagal, o velho atrás do menino.
O
desaparecimento do garoto só foi percebido na hora do jantar. Seu
pai, um policial, organizou imediatamente uma busca. O menino foi
encontrado na mata, debaixo de alguns galhos de árvore, agredido com
brutalidade. Suas roupas haviam sido arrancadas, estavam
despedaçadas, e ele foi estrangulado com os suspensórios que usava.
Fora surrado de forma tão violenta que os policiais concluíram que
ou o velho frágil não era nem tão velho, nem tão frágil ou tinha
um cúmplice.
As
investigações se concentraram na descrição feita pela mãe do
menino sobre o velho que naquela manhã fora visto em frente à casa
dela. Era idoso, esguio e tinha cabelo e bigode grisalhos. Os
policiais o apelidaram de Homem Grisalho.
Outra
testemunha importante também compareceu à delegacia, um senhor de
Staten Island, que identificou Fish como o homem que quis atrair sua
filha de 8 anos para um matagal localizado não muito longe de onde
Francis McDonnell foi assassinado. A menina teria sido abordada
apenas três dias antes do assassinato do menino.
Fish
também foi identificado como o homem que matou a menina de 15 anos,
Mary O’Connor, em Far Rockaway. Seu corpo foi encontrado em um
matagal perto da casa em que Fish estava trabalhando como pintor de
paredes.
Depois
de reconhecido, Fish confessou coisas impensáveis que tinha feito
com Billy Gaffney, inclusive forneceu as várias receitas que
utilizou para comê-lo. Não foi difícil concluir que estavam
lidando com um compulsivo molestador de crianças. Os promotores do
caso tinham a convicção de seu envolvimento em ataques a mais de
100 crianças, enquanto Albert, em suas confissões, alegava ter
molestado mais de 400. Ele viveu em 23 estados americanos e disse ter
matado pelo menos uma criança em cada local em que morou.
O
Homem Grisalho fora encontrado.
JULGAMENTO E MORTE
Com
todas essas evidências contra Albert Fish, a única chance de ele
não ser condenado a morte era ser declarado inimputável por
psiquiatras forenses.
Os
psiquiatras da defesa o diagnosticaram psicótico paranóico. Já os
da acusação o consideraram mentalmente são.
Os
advogado de defesa, James Dempsey, adotou como estratégia tentar
provar a insanidade de seu cliente. Queria demonstrar que Fish sofria
de uma demência comum em pintores de parede, chamada lead colic
(intoxicação por chumbo, contido nas tintas antigas). Para isso,
colocou no banco de testemunhas todos os seis filhos de Fish, que
reflataram sobre as autoflagelações do pai a que assistiram durante
a infância.
Dempsey
também chamou para depor pela defesa o psiquiatra Dr. Wertham, que
relatou como no início dos trabalhos achava que Fish estaria
mentindo e exagerando sobre as histórias que contava, em especial
quando revelou que durante anos enfiava agulhas em seu corpo, na
região entre o ânus e o escroto. No começo, ele descreveu como
colocava e tirava as agulhas, mas algumas vezes enfiava tão
profundamente que a sua retirada se tornava impossível. Depois dessa
história, o médico decidiu colocar Fish à prova e solicitou raios
X da região pélvica: foram encontradas pelo menos 29 agulhas no seu
corpo.
A
defesa também argumentou que homens que cozinham e comem criancinhas
não podem ser normais. Quando interrogou o pai de Grace, Dempsey
teve a coragem de argumentar que, afinal de contas os próprios pais
entregaram a filha para Fish. Na opinião dele, ela não havia sido
sequestrada. Depois desta alegação a comoção foi tão grande
entre os jurados e a platéia que o tribunal quase veio abaixo. O pai
de Grace soluçava sem parar.
A
estratégia da acusação, por intermédio do promotor Elbert F.
Gallagher, foi demonstrar que Albert Fish era mentalmente são,
apesar de ser um psicopata sexual. Ele tinha clareza do que fazia,
premeditou o crime comprando instrumentos para executá-lo e, ao
sequestrar e matar Grace Budd, tinha perfeita consciência de que
agia errado. Fish, segundo a promotoria, era dono de uma memória
ótima para sua idade e tinha consciência absolouta de onde estava e
com quem. Querer provar que aquele homem não sabia o que fazia na
hora do crime, para a acusação, era quase um desaforo.
Gallagher
pediu que funcionários da corte trouxessem a caixa com os restos
mortais de Grace Budd. Em plenário, abriu-a e retirou o crânio da
menina para que todos vissem. A defesa pediu um recesso imediato!
Ao
final de julgamento tão controverso, Albert Hamilton Fish foi
considerado mentalmente são e culpado por assassinato premeditado.
Por ser sadomasoquista, adorou ter sido sentenciado a morte em
cadeira elétrica. Foi eletrocutado na prisão de Sing Sing, Nova
York, em 16 de janeiro de 1936. Foram necessárias duas descargas
elétricas para matá-lo, pois as 29 agulhas alojadas em seu corpo ao
longo de toda a vida causaram um curto circuito na cadeira
elétrica.
Sua
última frase foi sobre sua eletrocussão:
-
A emoção suprema, a única que nunca experimentei.
À esquerda, frase de Albert Fish: "Eu gosto de crianças, elas são saborosas".
À direita, eletrocussão de Albert Fish.
À direita, eletrocussão de Albert Fish.
Filme baseado na história de Albert Fish: "O Homem Grisalho"
Fonte: Murderpedia.org
Serial Killers, louco ou cruel?, de Ilana Casoy
Blog Famigerados
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