sexta-feira, 23 de agosto de 2013

TED BUNDY



Theodore Robert Cowell, mais conhecido pelo apelido "Ted" Bundy (24 de novembro de 1946 – 24 de janeiro de 1989), foi um dos mais temíveis assassinos em série da história dos Estados Unidos da América durante a década de 1970.

Nasceu em uma residência para mães solteiras em Vermont, e nunca conheceu seu pai, descrito vagamento por Louise Cowell (sua mãe) com um segurança com quem saiu diversas vezes. A pobreza forçou Louise e seu filho recém-nascido a viverem com seus rigorosos pais metodistas na Filadélfia, onde Ted passou os primeiros quatro anos de sua vida fingindo que Louise era sua imrã. Posteriormente, ele pintaria um quadro ensolarado daqueles anos, declarando amor por seu avô Sam Cowell, mas outros membros da família descreveram Sam como um racista amargo e espancador de mulheres, que também se divertia chutando cachorros e girando gatos no ar, segurando em suas caudas.









                  
Uma manhã, bem cedo, quando tinha apenas 3 anos de idade, a tia de Ted, de 15 anos, acordou e encontrou-o levantando seus cobertores, enfiando facas de açougueiro na cama ao seu lado. “Ele apenas parou ali e sorriu”, disse ela. “Mandei-o sair do quarto, levei os objetos de volta para a cozinha e contei à minha mãe sobre isso. Lembro-me de pensar naquela época que fui a única que achou estranho. Ninguém fez nada”.

Em 1950, Louise e Ted mudaram-se para Tacoma, Washington, onde ela conheceu e se casou com John Bundy, em maio de 1951. Apesar das boas notas na escola, a ficha de Ted estava cheia de observações de seus professores aludindo ao seu temperamento explosivo e imprevisível. Quando terminou a escola secundária, Ted era um masturbador compulsivo e um voyeur espreitando à noite, preso duas vezes pelas autoridades sob a suspeita de arrombamento e roubo de carro.



Em 1970, Ted ganhou uma comenda do Departamento de Polícia de Seattle por perseguir um ladrão de bolsas. Um ano depois, Ted estava inscrito na Universidade de Washington, trabalhando meio período em uma linha direta para suicidas. Atrás da nova face de aparência cívica, entretanto, a fantasias mórbidas de Ted foram crescendo em direção a um ponto de ignição letal.



OS CRIMES

Linda Healey, 21 anos, foi a primeira vítima... ela desapareceu em 31 de janeiro de 1974 de sua residência no porão de Seattle, deixando lençóis ensanguentados e uma camisola manchada de sangue pendurada em seu armário. A várias quadras de distância, a jovem Susan Clarke foi assaltada, agredida com cacetete em sua cama algumas semanas antes, mas sobreviveu aos ferimentos e se recuperou.

A polícia ainda não tinha qualquer vestígio de um padrão, porém:
em 12 de março, Donna Gail Manson, 19 anos, desapareceu a caminho de um concerto em Olympia, Washington;
em 17 de abril, Susan Rancourt, 18 anos, desapareceu em seu caminho para assistir a um filme alemão em Ellensburg;
em 6 de maio, Roberta Parks, 22 anos, não voltou de um passeio tarde da noite na vizinhança de Corvallis;
em 1 de junho, Brenda Ball, 22 anos, deixou a Taverna Flame de Seattle com um homem desconhecido e desapareceu como se fosse no ar;
11 de junho, Georgeann Hawkins, 18 anos, entrou para a lista de mulheres desaparecidas, perdida em algum lugar entre o apartamento de seu namorado e sua casa na irmandade, em Seattle.

Agora, os detetives tinham um padrão: todas as mulheres desaparecidas eram jovens, atraentes, com cabelos escuros na altura dos ombros e repartidos ao meio. Em suas fotos, colocadas lado a lado, elas poderiam ser consideradas irmãs, algumas gêmeas! Os investigadores de homicídios ainda não tinham um corpo, mas recusavam-se a alimentar falsas ilusões de um final feliz para o caso. Havia tantas vítimas e o pior era esperado.


No verão de 14 de julho uma multidão reuniu-se nas areias do lago Sammamish para aproveitar o sol e praticar esportes aquáticos. No final do dia, contabilizou-se o desaparecimento de Janice Ott, 23 anos, e Denise Naslund, 19 anos. Pessoas que passavam pelo local lembraram-se de ter visto Ott conversando com um homem que usava tipoia em um dos braços e escutaram-no apresentar-se como Ted. No decorrer das investigações, a polícia descobriu que outras mulheres foram abordadas pelo mesmo homem. Em cada caso, ele tinha pedido ajuda para prender um barco a vela ao seu carro. As mulheres, com sorte, tinham recusado, mas uma tinha seguido Ted até o local em que seu pequeno Fusca estava estacionado. Embora não tivesse barco, sua explicação era de que o barco teria que ser retirado de uma casa “no alto da montanha”, o que levou algumas das “candidatas” a achar algo estranho.


A polícia, então, publicou algumas referências de Ted com base nos relatos e, um deles referia-se a um estudante de faculdade “Ted Bundy”. No entanto, Bundy era considerado “cidadão-modelo”: estudante de Direito, jovem republicano ativo em políticas de lei e ordem, complementando sua idoneidade com as comendas do Departamento de Polícia que recebera por boas ações.

Em 7 de setembro, caçadores encontraram um túmulo provisório em uma montanha arborizada, a muitos quilômetros do Lago Sammamish. Foram solicitados registros dentários para finalmente identificar os restos de Janice Ott e Denise Naslund; o esqueleto de uma terceira mulher, encontrado com outros, não pode ser identificado.


 Cinco semanas depois, em 12 de outubro, outro caçador encontrou os ossos de mais duas mulheres no Distrito de Clark. Uma vítima foi identificada com Carol Valenzuela, 20 anos, desaparecida havia dois meses, de Vancouver, Washington, na fronteira com Oregon; novamente a segunda vítima permaneceria desconhecida. A polícia estava otimista de que a descoberta das vítimas levaria ao assassino.

O terror chegou a Utah, em 2 de outubro de 1974, quando Nancy Wilcox, 16 anos, desapareceu na cidade de Salt Lak. Em 18 de outubro, Melissa Smith, 17 anos, desapareceu em Midvale; seu corpo, estuprado e espancado seria desenterrado nove dias depois, nas montanhas de Wasatch. Laura Aimeed, 17 anos, entrou para a lista de desaparecidos em Orem, em 31 de outubro, enquanto caminhava para casa, fantasiada para uma festa de Halloween. Um mês depois, seu corpo desfigurado e violado foi descoberto em uma área arborizada fora da cidade. Um homem tentou raptar a atraente Carol Da Ronch, em um shopping da cidade de Salt Lake, em 8 de novembro, mas ela escapou antes que ele pudesse colocar um par de algemas em seus pulsos. Na mesma noite, Debbie Kent, 17 anos, foi raptada de um auditório na escola secundária de Viewpoint, na cidade de Salt Lake.


Num intercâmbio de informações com a polícia de Washington e de outras cidades, a polícia de Salt Lake verificou que um suspeito de Seattle – Ted Bundy – frequentava a faculdade em Utah, quando os desaparecimentos locais ocorreram, mas estavam procurando por um homem louco e não um estudante de Direito sóbrio e bem vestido que tinha conexões políticas. Descartaram Bundy novamente.

No ano seguinte, Colorado entrou para a lista de caça de Bundy:
Caryn Campbell, 23 anos, foi a primeira a desaparecer de um alojamento de esqui em Snowmass, em 12 de janeiro; seu corpo estuprado e quebrado seria encontrado em 17 de fevereiro; 
→ em 15 de março, Julie Cunningham, 26 anos, desapareceu a caminho de uma taverna em Vail;
um mês depois, Melanie Cooley, de 18 anos foi dada como desaparecida enquanto andava de bicicleta em Nederland; seu corpo foi descoberto 8 dias depois com a cabeça esmagada, seu jeans puxados para os tornozelos;
em 1 de julho, Shelly Robertson, 24 anos, desapareceu em Golden; seu corpo foi encontrado em 23 de agosto, descartado em um poço de mina próximo a Berthoud Pass.


Uma semana antes da descoberta repugnante final, Ted foi preso na cidade de Salt Lake por suspeita de arrombamento. Dirigindo a esmo, atraiu a atenção da polícia, e um exame em seu carro revelou itens peculiares, tais como: algemas, um par de meias de náilon com buracos nos olhos; o porta-luvas revelou recibos de postos de gasolina e mapas que ligaram o suspeito a uma lista de resorts de esqui, incluindo Vail e Snowmass.

Carol Da Ronch identificou Ted como o homem que a atacou em novembro, e seu testemunho foi suficiente para indiciá-lo em uma acusação de tentativa de rapto. Em janeiro de 1977 ele foi extraditado para o Colorado para julgamento no homicídio de Caryn Campbell, em Snowmass.

Bundy fugiu em junho de 1977 e foi recapturado após 8 dias. Em 30 de dezembro, ele tentou novamente – e com muito mais sucesso – escapando para Tallahassee, Flórida, onde encontrou alojamento perto da Universidade Estadual da Flórida. Suspeito em uma série de mortes, Bundy assegurou-se de um novo campo de caça.


Nas primeiras horas de 15 de janeiro de 1978, invadiu a casa da irmandade Chi Omega, vestido de preto e armado com uma pesada clava de madeira. Antes de sair, duas mulheres foram estupradas e mortas, e uma terceira, gravemente ferida pelas pancadas desferidas na cabeça. Em uma hora, ele tinha invadido outra casa, a algumas quadras de distância, surrando outra vítima em sua cama, porém, esta sobreviveu também. Haviam marcas de mordidas nos corpos de Lisa Levy, 20 anos, e Margaret Bowman, 21 anos, o que evidenciava o fervor de Bundy no momento de matar.

Em 6 de fevereiro, Ted roubou um furgão e dirigiu para Jacksonville, onde foi percebido quando tentava raptar uma estudante. Três dias depois, Kimberly Leach, 12 anos, desapareceu na vizinhança da área da escola; seu corpo foi encontrado na primeira semana de abril, próximo a Suwanee State Park.


A polícia de Penscola identificou a placa de carro roubado em 15 de fevereiro e foi forçada a persegui-lo quando ele tentou fugir a pé. Após sua recaptura, as impressões dos dentes de Bundy foram tiradas para comparar com as marcas de mordidas nas vítimas da Chi Omega, o que selou seu destino. Indiciado em duas acusações de assassinato em julho de 1979, foi sentenciado à morte na cadeira elétrica, no Estado da Flórida. Um terceiro indiciamento e nova sentença de morte foi subsequentemente obtida no caso de Kimberly Leach.

Demorou quase uma década para que a justiça fosse feita. Ted se defendeu em julgamentos em Utah, Colorado e Flórida enquanto a polícia tentava reunir um rastro de meninas mortas que conduzissem a ele. Durante seus vários julgamentos, um Ted Bundy muito seguro de si se defendeu, recebendo elogios e uma legião de admiradoras. Ainda protelou sua execução com repetidas apelações frívolas que foram até a Suprema Corte dos Estados Unidos, em Washington. Entre manobras legais, passava o tempo em entrevistas para a mídia, pequenas conversas na prisão com o colega sadista Gerard Schaeffer e breves consultas com autoridades de Washington no caso ainda não resolvido do “Assassino de Green River”.

Antes de sua execução, confessou 20 ou 30 assassinatos (os relatórios variam) e, o mais recente admitido foi o de uma pessoa que pedia carona perto de Olympia, Washington, em maio de 1973. Dois anos depois, Bundy disse que matou Lynette Culver, 12 anos, raptada de uma escola de nível médio, em Pocatello, Idaho. Admitiu que tinha "um apetite insaciável por pornografia violenta".


Além desses citados, as autoridades acreditam ser ele o responsável por pelo menos 7 assassinatos cometidos entre 1973 e 1975. As vítimas daqueles casos incluem:
Rita Jolly, 17 anos, do Distrito de Clackamas, Oregon;
Vicki Hollar, 24 anos, de Eugene;
Katherine Devine, 14 anos, de Seattle;
Brenda Backer, 14 anos, Seattle;
Nancy Baird, 21 anos, de Farmington, Utah;
Sandra Weaver, 17 anos, Utah;
e ainda outra vítima de Utah, Sue Curtis, 17 anos.

Alguns acreditam que Bundy possa ter assassinado 100 vítimas ou mais na totalidade, iniciando talvez em sua adolescência, mas a evidência é esparsa ou inexistente. Bundy levou o segredo para o túmulo e ainda foi alvo de uma ironia no dia de sua morte: foi uma mulher quem ligou a chave da cadeira elétrica que pôs fim à sua vida. Para sua última refeição ele pediu bife, ovos, pão e café.

Assista o filme baseado em sua história:



Assista à última entrevista com Ted Bundy:


Fonte: O Aprendiz Verde
           Enciclopédia de Serial Killers, de Michael Newton
           Murderpedia.org


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