Marcelo
Costa de Andrade, vulgo "Vampiro de Niterói", foi um serial killer
brasileiro, acusado de ter matado cerca de catorze meninos nas
redondezas de Itaboraí, cerca de 30 quilômetros de Niterói, no Rio
de Janeiro, no ano de 1991.
INFÂNCIA PROBLEMÁTICA
Marcelo
viveu parte da sua infância na Rocinha, uma favela do Rio de
Janeiro. Vivia num lar desestruturado, e sua mãe, uma empregada
doméstica, apanhava constantemente do marido. Foi mandado por um
período para a casa dos avós, no Ceará, local onde disse que
apanhava muito. Tempos depois foi mandado de volta para o Rio de
Janeiro, onde constantemente era vítima de maus-tratos pelos novos
companheiros dos pais, que haviam se separado. Foi nesse período que
foi abusado sexualmente por um homem mais velho.
ADOLESCÊNCIA CONTURBADA
Foi
então internado em um colégio para meninos, mas não tinha bom
desempenho nas aulas. Lá era hostilizado pelos colegas e chamado de
retardado. Aos catorze anos, foi mandado embora do internato, pois
a instituição só acolhia jovens de 6 a 14 anos.
Assim
que saiu do internato, passou a se prostituir. Segundo Marcelo,
sempre era passivo durante seus programas, mas certa vez um homem
mais velho o teria obrigado a ser ativo, o que o perturbou muito.
Nessa época ele tentou cometer suicídio. Tempos depois ele foi
enviado para a FUNABEM, mas meses depois fugiu e voltou a se
prostituir, sendo que aos dezesseis anos foi morar com outro
homossexual, Antônio Batista Freire, que começou a sustentá-lo e o
apresentou à Igreja Universal do Reino de Deus. Mesmo com o sustento
do companheiro, Marcelo continuava a se prostituir, até que se
separou do porteiro e voltou para a casa da família.
A
partir daí, largou a prostituição e começou a trabalhar
formalmente, ajudando a família nas contas e nos afazeres
domésticos.
Marcelo
frequentava os cultos há cerca de dez anos na época, além de
assistir às celebrações pela TV diariamente. Segundo ele, foi num
desses cultos que ouviu que quando as crianças morrem elas vão para
o Céu. Segundo a lógica do assassino, ele não matava adultos, pois
poderia os estar mandando para o inferno.
Quando
não estava lendo as pregações do bispo Edir Macedo, estava lendo
revistas pornográficas. Gostava de ouvir músicas da Xuxa e de
outros ídolos infantis da época. A mãe de Marcelo conta que ele
tinha o estranho hábito de ficar ouvindo uma fita gravada de quando
o irmão mais novo estava chorando.
A DESCOBERTA
No
dia 16 de dezembro de 1991, Altair Medeiros de Abreu, de 10 anos,
teria saído com seu irmão, Ivan Medeiros de Abreu, até a casa de
um vizinho, que lhe havia prometido oferecer um almoço. Na época o
pré-adolescente morava numa zona de pobreza do bairro do bairro
Santa Isabel, em São Gonçalo, município vizinho de Niterói. Os
dois eram filhos de Zélia de Abreu, empregada doméstica que possuía
mais cinco filhos.
Quando
os dois garotos passavam pela estação central de Niterói, os dois
foram abordados por Marcelo, que, segundo Altair, teria lhe oferecido
cerca de quatro mil cruzeiros para que os dois o ajudassem a realizar
um ritual religioso católico. Os três pegaram um ônibus e foram
parar numa praia deserta, nos arredores do Viaduto do Barreto. Nesse
momento, Marcelo tentou beijar o garoto mais velho, que fugiu
assustado, mas sendo capturado em seguida e derrubado no chão;
atordoado, ele viu seu irmão Ivan ser abusado sexualmente por
Marcelo, que após o ato, o enforcou, avisando Altair que seu irmão
estava dormindo.
Assustado,
Altair passou a fazer tudo o que Marcelo queria, sendo depois levado
pelo assassino até um posto de gasolina onde se limpou sobre os
olhos atentos de Marcelo. Os dois dormiram em um matagal, e na manhã
seguinte partiram para o Rio de Janeiro. Segundo consta, durante o
trajeto, Marcelo teria se oferecido para morar com Altair, que teria
concordado imediatamente. Nos depoimentos após o crime, Marcelo
disse que teve piedade do garoto, pois ele teria sido "bonzinho" e prometido ficar com ele. Na época, Marcelo trabalhava como
distribuidor de panfletos, e teria que aparecer no trabalho para
buscar seus papéis. Assim que se distraiu, Altair aproveitou e fugiu
do assassino.
Quando
chegou em casa, por carona, Altair não revelou que seu irmão havia
sido morto, só revelando o crime para uma das irmãs mais velhas
dias depois. Marcelo não teria tentado procurar Altair nem tentado
esconder o corpo, voltado no local do crime tempos depois para
modificar a posição do corpo, corpo esse que foi encontrado por
policiais horas depois. Segundo consta, as mãos do garoto estavam
dentro dos shorts, o que afastou a tese inicial de afogamento, sendo
constatado o abuso sexual no IML.
Quando
o corpo foi identificado pela mãe de Ivan, Altair levou os policiais
até o trabalho de Marcelo, que confessou o crime imediatamente, não
demonstrando surpresa.
EM SÉRIE
Na
delegacia, Marcelo confirmou ser o autor de mais doze assassinatos.
Ele revelou um dos seus primeiros crimes. Segundo o próprio, em
junho do ano de 1991, ele havia acabado de descer de um ônibus
quando viu o garoto Odair Jose Muniz dos Santos, de onze anos,
pedindo esmolas na rua. Marcelo então o convenceu supostamente para
ir até a casa de uma tia e pegar cerca de 3000 cruzeiros para dar ao
garoto. Mas na verdade Marcelo o atraiu até um campo de futebol e
tentou abusar do menino, e como não conseguiu, o enforcou.
"[…]
Não reparei se ele estava vivo ou morto quando o estuprei. Não
consegui me satisfazer. Apertei sua garganta mais uma vez para
garantir que a alma dele fosse para o Céu."
Logo
após, Marcelo foi para casa jantar e voltou mais tarde, onde
decapitou o corpo do garoto. Marcelo afirmou que fez isso com o
garoto para se vingar do que faziam com ele durante a época que
viveu no internato. Seu primeiro crime ocorreu em abril de 1991. Ele
estava voltando do trabalho quando viu um garoto vendendo doces na
avenida. Inventou a mesma história do dinheiro e do ritual religioso
e o levou para um matagal. Tentou fazer sexo com o garoto, mas este
resistiu. Marcelo o agrediu com pedras e depois o asfixiou e o
estuprou. Segundo ele, foi a partir daí que não conseguiu mais
parar de cometer crimes. No seu segundo crime, matou Anderson Gomes
Goulart, 11 anos, estraçalhou sua cabeça, bebeu o seu sangue
enquanto o estuprava e depois quebrou seu pescoço.
VÍTIMAS - modus operandi. Só matava meninos de 6 à 13 anos, pois, achava que se matasse meninos acima de 13, estes não iriam para o céu...
Em entrevista à equipe de psiquiatras e à Ilana Casoy, Marcelo Costa de Andrade relatou como matou 13 meninos.
Via de regra, ele os abordava convidando para ajudá-lo a acender velas para São Jorge, oferecendo dinheiro para isso; os meninos, em sua maioria, eram vendedores de doces ou biscoitos pelas ruas, atraídos para locais ermos, alguns foram estuprados antes de serem mortos, outros após; bebeu o sangue de alguns dos meninos e, na maioria das vezes levou algum troféu como recordação - dentes, bermudas, enfim ... também voltou ao local do crime na maioria das vezes, levando mais alguma coisa de alguns e, em uma ocasião, não levou nada porque, ao chegar no local uns 2 meses depois, viu os urubus comendo o corpo do menino (que ainda não tinha sido descoberto), colocou as mãos nos ossos secos do cadáver e disse ter sentido um prazer "sexual" com esse ato...
A partir do quinto menino, Marcelo não voltava mais à cena do crime com medo de ser surpreendido por algum policial... em um dos casos ele voltou com um facão e decepou a cabeça da vítima para se certificar de que o menino estava morto. A todo o tempo, Marcelo demonstra prazer na narrativa, faz questão de contar com riqueza de detalhes os momentos em que ele estuprava os meninos e compreendia perfeitamente que era errado o que fazia, mas o prazer sexual e sádico que sentia era maior...
Assista à série de 4 capítulos da Discovery sobre o caso de Marcelo:
Discovery - Marcelo Costa de Andrade - parte 1
Discorevy - Marcelo Costa de Andrade - parte 2
Discovery - Marcelo Costa de Andrade - parte 3
Discovery - Marcelo Costa de Andrade - parte 4
Fonte: Serial Killers, made in Brazil, de Ilana Casoy
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