sexta-feira, 12 de setembro de 2014

DAMIEN ECHOLS, JESSIE MISSKELLEY JR. e JASON BALDWIN, o "Trio de West Memphis".



No dia 5 de maio de 1993 três meninos de oito anos de idade – Steve Branch, Michael Moore e Christopher Byers – foram considerados desaparecidos.

Foram vistos juntos pela última vez por vizinhos, por volta das 18h30, quando viram também o padrasto de Steve, Terry Hobbs, chamando-os de volta para casa; aproximadamente às 19h o pai adotivo de Christopher fez o primeiro relato à polícia. Na mesma noite deram início às buscas – policiais, amigos e vizinhos – porém, com maior afinco a partir das 8h do dia seguinte (06 de maio), liderados por uma equipe de busca e salvamento pessoal da área.



O foco principal das buscas era Robin Hood Hills, local onde os meninos foram vistos pela última vez... por volta das 13h45, avistaram um sapato preto de menino flutuando em um riacho lamacento que se direciona a um grande canal de drenagem. Posteriormente, buscas nesta vala revelaram os corpos dos três meninos: estavam nus, amarrados com seus próprios cadarços (tornozelos amarrados para trás com os braços), roupas encontradas no riacho e viradas pelo avesso e as cuecas de dois dos meninos nunca foram recuperadas.

Christopher Byers tinha lacerações em várias partes do corpo, além de mutilação no pênis e escroto. Segundo as autópsias, Byers morreu de múltiplos ferimentos, enquanto Moore e Branch, além de ferimentos, morreram afogados.

Inicialmente, suspeitava-se de que os meninos tivessem sido violentados, devido a quantidade de esperma encontrado em um par de calças recuperados na cena do crime. Especialistas afirmam que as feridas de Byers foram resultado de um ataque de faca e que ele tenha sido propositadamente castrado pelo assassino... a defesa, no entanto, argumenta que as lesões eram resultado da ação de animais predadores.

Byers era a única vítima com drogas em seu organismo... em janeiro de 1993 lhe foi prescrito Ritalina, como parte de seu tratamento devido a déficit de atenção e hiperatividade. Apesar disso, a droga encontrada em Byers era a Carbamazepina e, segundo o pai do menino, Byers não poderia ter tomado este medicamento no dia 5 de maio.


Em 1994 foi erguido um memorial em homenagem aos três meninos, localizado no parque da Weaver Elementary School, em West Memphis, escola onde os três estudavam. Em maio de 2013, no 20º aniversário dos assassinatos, levantaram fundos para a remodelação do memorial.


OS ASSASSINOS

Quando foram detidos, Jessie Misskelley tinha 17 anos, Jason Baldwin tinha 16 anos e Damien Echols 18 anos de idade.

A polícia começou a perceber que o crime tinha relação com algum “culto” e que Damien Echols poderia ser um suspeito devido a seu interesse por ocultismo... ao ser entrevistado, negou qualquer envolvimento, embora o polígrafo identificasse o contrário. Em outra entrevista, Echols mencionou que uma das vítimas teve ferimentos nos órgãos genitais – o que não tinha sido noticiado ao público. Passaram, no entanto, a interrogar Echols com maior frequência, mas não admitiam que ele fosse um suspeito, mas sim uma fonte de informação.

Em 3 de junho, interrogaram Jessie Misskelley, sem a presença de seus pais... interrogado por cerca de 12 horas onde confessou e, posteriormente, desmentiu alegando intimidação, coerção, fadiga e ameaças veladas. Menor de idade, embora informado de seus direitos, alegou posteriormente que não entendeu plenamente; porém, o Supremo Tribunal de Arkansas determinou que a confissão de Misskelley era voluntária e que ele havia, de fato, compreendido a informação. Após a confissão de Misskelley, a polícia prendeu Echols e Baldwin.

Baldwin e Echols já tinham sido presos, respectivamente, por vandalismo e roubo, e Misskelley tinha a reputação de promover arruaças e brigas com outros adolescentes na escola.... este e Echols saíram da escola enquanto Baldwin possuía notas altas e demonstrava um talento para desenho, sendo incentivado por seus professores a estudar designer gráfico na faculdade.

Echols e Baldwin eram muito amigos, tinham os mesmos gostos por música, ficção e uma grande aversão pelos costumes religiosos de West Memphis. Conheciam Misskelley, mas não eram amigos. A família Echols era humilde e recebia visitas frequentes de assistentes sociais... o rapaz fugiu com a namorada e invadiram um trailer durante uma tempestade sendo, posteriormente, acusados de roubo. Em outra ocasião, a polícia foi notificada de que Echols planejava ter um filho e sacrificar a criança, e que outra vez perseguiu uma criança com um machado, porém, só admitiu ter tentado remover o globo ocular de um colega de classe e ter sugado o sangue de braço de outro rapaz. Diagnosticado como deprimido e suicida, prescreveram para Echols o antidepressivo imipramina. Passou vários meses em uma instituição mental em Arkansas, recebendo posteriormente o status de “totalmente incapaz” pela Administração da Segurança Social.

Em seu julgamento, o psicólogo de Echols relatou que este disse ter recebido super poderes após beber sangue humano. Recebeu pena de morte.

Misskelley foi julgado separadamente, pois, de acordo com a regra de Bruton, sua confissão não poderia ser admitida contra seus co-réus. Echols e Baldwin foram julgados em 1994. Todos se declararam inocentes.

A defesa de Misskelley alegou que sua confissão era, em muitos aspectos, incompatíveis com a cena do crime, seus elementos e vítimas, como quando disse ter assistido ao estupro de um dos meninos.. isso porque a polícia suspeitou de que os meninos tivessem sido violentados, pois, seus ânus estavam dilatados... mas, segundo a defesa, não havia evidência forense de estupro e dilatação do ânus é uma condição normal post-mortem.

Em 5 de fevereiro de 1994, Misskelley foi condenado por uma acusação de assassinato em primeiro grau e duas acusações de assassinato em segundo grau. Condenado a mais de 40 anos de prisão, teve sua condenação confirmada pelo Supremo Tribunal de Arkansas em grau de recurso.

Em 19 de março de 1994, Echols e Baldwin foram considerados culpados por três acusações de assassinato sendo, respectivamente, pena de morte e prisão perpétua.

Em julho de 2007, uma nova evidência forense foi apresentada no caso e, no dia 29 de outubro de 2007, a defesa ingressou com recurso apresentando essas novas provas que, recolhidas na cena do crime, o referido material genético não poderia ser associado a nenhum dos acusados.

Em 2010, o Supremo Tribunal de Arkansas decidiu sobre as provas de DNA e o trio obteve um acordo com a promotoria: em 19 de agosto de 2011 seus argumentos foram aceitos – apesar de a promotoria ter provas suficientes para condená-los – e suas penas foram convertidas a prestação de serviços... liberados após 10 anos, ficaram apenas 18 anos e 78 dias na prisão.

Fonte: Murderpedia.org
           Wikipedia.org


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