sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

KLARA MAUEROVA - Paladares Excêntricos

Klara e seus filhos, Ondrej e Jakub

Klara nasceu em 1975. Era uma garota desajustada, cujas frequentes explosões místicas foram comparados com Joana D'Arc e sempre disse que se destinava a servir em uma missão designada por Deus. Sua irmã mais nova, Katerina, tinha uma personalidade semelhante e juntas fantasiavam constantemente sobre as coisas que fariam quando tivesse oportunidade.

Klara chegou a ir para a faculdade, mas nunca conseguia se libertar de suas manias religiosas. Foi viver com um homem, ainda nessa época, com quem compartilhou uma vida de sexo tórrido, segundo suas declarações. Engravidou e teve 2 filhos: Ondrej e Jakub.

Após a separação, causada por seu caráter violento, Klara ficou sozinha com as crianças. Apesar de suas excentricidades, era uma boa mãe, passava o tempo com seus filhos, amando e cuidando deles. Sentindo-se sozinha, convidou sua irmã, Katerina, para viver com ela e seus 2 filhos.

Klara e Katerina conheceram Barbora Skrlova, 33 anos, na universidade. Esta tinha uma doença rara glandular: tinha a aparência de uma menina de 12 anos e constantemente se dizia menor para escapar de punições ou qualquer ação legal que pudesse sofrer. Barbora foi adotada por um casal, porém, violenta, passou um tempo em uma instituição mental da qual fugiu.

A presença de Barbora mudou muitas coisas na vida de Klara e Katerina. A psicopatologia destas aflorou com a sutil lavagem cerebral feita por Barbora. Psiquiatras que avaliaram Klara a identificaram com uma espécie de “distúrbio psíquico grave de dissociação da identidade”.


TRANSFORMAÇÃO

Influenciadas por Barbora, Klara e Katerina ingressaram em uma seita chamada Movimento do Graal, que alegavam ter centenas de seguidores na Grã-Bretanha e dezenas de milhares de pessoas no mundo, e baseava-se em escritos feitos entre 1923 e 1938, por Oskar Ernst Bernhardt, coletadas na mensagem do Santo Graal, na qual ele afirma que o homem pode chegar ao céu fazendo o bem sobre a terra.

Mas a realidade era diferente. Um dos preceitos do grupo era de que seus membros estavam livres de tabus sociais, como o canibalismo, incesto e assassinato. Seu líder era conhecido apenas como “O Doutor”, que se comunicava com seus seguidores somente por meio de mensagens de texto enviadas a seus telefones celulares. Esse líder apoiava escravidão, abuso de crianças e promiscuidade sexual, em um suposto sentido libertário.

Influenciadas por Barbora, Klara raspa a cabeça, tira as sobrancelhas, usa vestido esfarrapado e para de tomar banho. Sua irmã Katerina apoiava suas ações. Barbora tinha comportamento duplo: em alguns momentos, se comportava como uma mulher adulta; em outros, como uma criança. Barbora tinha ciúmes da atenção dispensada por Klara a seus dois filhos. Klara, então, aconselhada por Barbora, começou a puni-los.

Desesperada com o 'mau comportamento' dos filhos, Klara novamente aconselhada por Barbora mandou construir duas jaulas de ferro para seus dois filhos, deixando-os nelas em tempo integral e, às vezes, algemados em tábuas por várias horas.


O HORROR

Agosto de 2006. As jaulas foram colocadas no porão com as crianças, despidas, recebendo comida através das barras. Elas não sabiam que permaneceriam lá por cerca de 8 (oito) meses!!!

Klara e Katerina começaram a torturar as crianças: queimavam seus braços e pernas com cigarros, amarravam e amordaçavam-nas quando recebiam visitas, batiam neles com cintos e tentavam afogá-los; também davam choques elétricos através das barras e foram abusados sexualmente. Jogavam baldes de água fria para limpá-las uma vez por semana, dormiam no chão sem cobertores, com fezes e urina. Nem sempre eram alimentados e se chorassem, eram espancados através das grades. Eram obrigados a beber o próprio vômito e se cortar com facas para deleito dos parentes.

Começaram, então, a alimentá-los demais para que ganhassem peso. Então, Klara pegou uma faca afiada e pediu para que Ondrej tirasse um pedaço de sua perna. Depois que ele o fez, Katerina e Barbora agarraram o menino enquanto Klara, a mãe, esfolava o braço de Ondrej, seu filho. O menino gritou de dor e terror, observado por seu irmão que também chorava muito. Às vezes comiam pedaços do garoto na frente deles, o que provocava o choro da criança.

Jakub permaneceu assim um mês, imaginando que um dia aconteceria com ele o mesmo que aconteceu com seu irmão. Então, primeiro, sua mãe rasgou pedaços de um braço, então, todos os meses o ritual se repetia: Klara rasgava os pedaços de carne de uma das crianças e depois devoravam as três.


A DESCOBERTA

Barbora, então, teve uma ideia que foi sua ruína: Katerina comprou em uma loja de eletrônicos uma câmera de vigilância sem fios, usada para monitorar bebês. Colocaram no porão para que, através dela, pudessem ver o que as crianças estavam fazendo e também quando eram torturados.

Reviravolta: um vizinho instalou uma câmera para monitorar o quarto de seu filho recém-nascido, porém, por um erro de transmissão, captaram imagens de 3 mulheres torturando crianças. Passados alguns dias, ele percebeu que estava interceptando o sinal que vinha da casa vizinha, reconhecendo Klara; então, gravou as imagens e chamou a polícia.

Dez de maio de 2007. Policiais chegaram à casa de Klara que se colocou na porta do porão com sua irmã, Katerina, tentando impedir a entrada da polícia. Os policiais as algemaram e levaram para a viatura e, em seguida, quebraram os cadeados encontrando o horror.

O cheiro de sangue, sujeira, urina e fezes era esmagadora. O chão estava pegajoso e as paredes tinham manchas de sangue seco. Jakub (7) estava desmaiado, enquanto Ondrej (10), em choque, sangrava e chorava muito. Ambos tiveram ferimentos terríveis, partes do corpo comido e quase sem carne.

Em frente da gaiola tinha uma menina, segurando um ursinho de pelúcia e, ao ver os policiais, correu para seus braços dizendo se chamar 'Anika', tinha 12 anos e era filha adotiva de Klara. Os agentes a levaram de lá rapidamente e, ao ganhar a rua, a garota contou à polícia que tentou desesperadamente abrir a gaiola de ferro para escapar: era Barbora, que tinha de novo usado o artifício para fugir.

O caso foi um escândalo. As crianças foram hospitalizadas e poderiam testemunhar no julgamento contra sua mãe e tia, contando os horrores vividos na jaula durante quase um ano. As duas mulheres culparam Barbora, mas não conseguiram localizá-la, pois, fugira para a Noruega, com identidade falsa dizendo chamar-se 'Adam', com 13 anos. Um casal norueguês a adotou e a matriculou na escola primária. Levou quase um ano para a polícia a encontrar. Presa na Noruega, seus pais adotivos ficaram chocados quando souberam que se tratava de uma mulher de 36 anos, não de uma menina de 13.

Extraditada para a República Tcheca, foi julgada junto com Klara e Katerina, e sua vida e personalidade inspirou o filme “A Órfã”, que trata da capacidade da protagonista para enganar pessoas, colocando-se como menor de idade e mascarando seus ataques psicopatas.

No tribunal, Klara confessou torturar os filhos, mas alegou ter sido influenciada por Katerine e Barbora. Os policiais também tomaram conhecimento de mensagens enviadas por um sujeito apelidado “Doutor”. Ele teria enviado uma série de mensagens explicando como torturá-las.

Coisas terríveis aconteceram. Eu percebo isso e não consigo entender como poderia ter permitido tudo isso”, dizia Klara Mauerova.

Klara Mauerova recebeu pena de 9 anos de prisão por tortura; Katerina, a mais atuante na tortura, recebeu pena de 10 anos de cadeia. Barbora e outro membro do grupo, Jan Turek, receberam 5 anos de cadeia e, outros dois membros, Hana Basova e Jan Skrla receberam 7 anos de cadeia cada um.

Link para as fotos do caso: http://sdrv.ms/11IwCh7


Um comentário:

  1. Incrível tamanha maldade! E literalmente Paladares Excêntricos. Que doentio!

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